A jovem Miriã Tosta da Silva de 22 anos foi assassinada pelo marido de 29 anos, no domingo (31), por volta das 18h20, na residência onde moravam na Avenida 14, no bairro Jardim Brasília. A mulher foi esfaqueada pelo indivíduo de 30 anos, que foi preso pela Polícia Militar que foi acionada para atendimento da ocorrência. A Polícia Civil também foi acionada e, quando as equipes chegaram, estavam no local os policiais militares, vizinhos e o pai da vítima que estava com o filho do casal no colo, um bebê de oito meses. A vítima chegou a ser socorrida pelo SAMU e levada para UPA, porém não resistiu. De acordo com o Boletim de ocorrência, a jovem teria sido agredida por um único golpe de faca.
Segundo o apurado, o casal teria discutido após a vítima acessar o celular do autor dos fatos, verificando que havia acesso a um site de relacionamentos.
PRISÃO
A Polícia Militar conseguiu prender o autor do crime. O 37º BPM/I informou que uma testemunha fez contato com o autor por telefone, em seguida, um policial militar assumiu a interlocução, conversando com o indivíduo por 20 minutos, convencendo então que ele se entregasse. O indivíduo aguardou então a chegada da polícia militar em um posto de combustíveis, sendo detido.
Na delegacia, o autor alegou que a vítima se alterou diante da situação, quando então começou a agredi-lo com uma vassoura enquanto preparava o jantar, sendo que, já estava na posse da faca de cozinha, não esperando que aconteceria tal desfecho. Informou, ainda, que quis prestar socorro, mas que foi impedido de fazê-lo pelos vizinhos, quando então acabou deixando o local. Ele foi preso em flagrante considerando tratar-se de vítima fatal em razão de violência doméstica. O Conselho Tutelar foi acionado, sendo que, a criança permaneceu com o avô.
ARMA
Uma faca de cozinha usada no crime foi apreendida, encontrada no piso superior da casa. O crime aconteceu no andar superior da casa, onde já era a cozinha, sendo que o fogão estava ligado e que a faca se encontrava no chão.
DELEGACIA DA MULHER
Em nota solicitada pelo Diário do Rio Claro, a Delegacia da Mulher informou na tarde de ontem (1º) que foi instaurado inquérito do caso. “Com relação ao destino do autor do crime, ele ainda será levado ao Fórum para audiência de custódia. Foi instaurado o Inquérito Policial pela DDM e serão tomadas as oitivas faltantes. O Conselho Tutelar foi acionado e esteve presente no plantão policial e a criança foi entregue ao pai da vítima”, confirmou a DDM.
IONITA DE OLIVEIRA KRUGNER
O Diário do Rio Claro conversou com a Advogada, Pós Graduada Direito Econômico e Desenvolvimento/USP, Coordenadora Regional da Comissão da Mulher OAB/SP e Conselheira dos Direitos das Mulheres de Rio Claro/SP Ionita de Oliveira Krugner que atua com políticas públicas voltadas à mulher, ela ressalta que a cada dia emerge o exercício perverso de poder e dominação dos homens sobre as mulheres. “O que leva a crer que a violência é sempre masculina. Os papéis sociais de gênero se intensificam a partir do momento em que a mulher busca por mais igualdade e respeito, ao passo que, o patriarcado, para garantir a sua sobrevivência, sofre transformações robustas. Nesse contexto se atribui culpa à vítima, desemprego, uso bebidas alcoólicas, entorpecentes, etc. É preciso relacionar a transversalidade de gênero com outros marcadores sociais (idade/geração, raça/cor, religião, orientação sexual, origem social/regional) para alcançar a política pública certeira de combate ao feminicídio. Compreender que existem diferentes experiências de ser mulher, de ser homem e de vivência de violência. Sem essa preocupação, infelizmente não vamos avançar e continuaremos lamentando as mortes discriminatórias de mulheres, por misoginia, menosprezo, mortes que, a meu ver, são previsíveis”, avaliou.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação