O desmatamento é com certeza uma das maiores ameaças ao meio ambiente, citado por pessoas em pesquisas, também a caça e a pesca ilegal são mencionadas, empatando em número de citações com as mudanças climáticas.
Nos últimos anos os índices de desmatamento em nosso país têm aumentado e isso é realmente preocupante, pois a perda vai muito além da vegetação que foi cortada. Especialmente nos dias atuais, a perda e a degradação de habitats é um dos maiores fatores que ameaçam a sobrevivência de diversas espécies de animais, entre os quais citamos esses motivos: destruição da sua fonte de alimentação, principalmente do local onde vivem; ausência de lugares para fazerem ninhos apropriados e isolamento de pequenas populações, que não se comunicam, em fragmentos de vegetações.
A perda de habitats não é uma questão evidente, mas pode ser identificada de maneira direta, com algumas atividades humanas que prejudicam a existência da fauna. O desaparecimento e diminuição de várias espécies de animais ocorrem também através da caça e dos atropelamentos. As florestas são monitoradas por satélite, isso conseguimos avaliar, porém a pior parte é que o sumiço dos bichos não é percebido.
As diferentes espécies existentes desempenham seu papel dentro do ecossistema, seja ele uma floresta, savana ou campo, sustentado por um sistema de inter-relações entre as espécies e os fatores ambientais, como o quanto de sol aquele ecossistema recebe e a sua temperatura.
Algumas espécies de animais são polinizadoras, ou seja, levam os grãos de pólen, que são os gametas masculinos de uma flor a outra, fecundando-a e essas flores desenvolvem-se em frutos, exemplos desses animais são as abelhas, também os beija-flores e os morcegos, a maior parte deles se alimenta de néctar de frutos e essa interação entre animais e plantas é imprescindível.
Monitoramento da Fauna de Abelhas Polinizadoras. Imagem do Portal da USP
Outro fato importante é que algumas espécies de plantas, os brotos não conseguem competir por luz e nutrientes com a planta que originou a semente, sendo assim certas espécies de animais beneficiam as vegetações por serem dispersoras de sementes, ou seja consomem o fruto, transportando a semente para longe, garantindo a sobrevivência de muitas espécies de plantas, como exemplo a Anta, que dispersa as sementes do jatobá e de outras plantas que possuem sementes muito grandes. A ausência de animais que se alimentam de frutos e sementes de porte maior acarreta na redução do estoque de carbono nas florestas, pois as árvores em seu desenvolvimento captam C02 do ar no processo de fotossíntese e estocam o carbono em seu tronco.
A ciclagem de nutrientes também é importante para os ecossistemas e dependem de vários animais que habitam o solo, como: minhocas, piolhos de cobra e outros tantos pequenos desconhecidos, que só vivem no solo devido a outros animais como as formigas, que construindo suas galerias fazem que o ar penetre nas camadas da terra.
Onça Pintada – Imagem do Portal Bichos do Pantanal
As alterações nas relações entre espécies de animais influenciam indiretamente a vegetação, como exemplo a diminuição de onças pintadas, aumenta a quantidade de mamíferos de grande e pequeno porte e as espécies herbívoras passam a ser menos predadas, levando a diminuição de várias espécies de plantas.
Portanto, a retirada de uma espécie causa efeito cascata no sistema que se refletirá em outras espécies. Essa interdependência entre animais e florestas nos mostra o quanto é importante revermos as abordagens usadas para conservação da flora e de ambientes degradados sendo necessários projetos de políticas públicas que considerem que a florestas dependam dos animais tanto quanto os animais dependem das florestas.