Dados do Centro de Análise e Planejamento Ambiental (Ceapla) da Unesp de Rio Claro apontam que de janeiro a junho deste ano, os índices pluviométricos acumulados não passaram de 521 mm, quando, durante o mesmo período do ano de 2014, choveu apenas 409 mm. Esse cenário sugere uma situação bem semelhante ao ano de 2014, onde foi registrada uma das piores estiagens da história do interior do Estado de São Paulo.
Técnico da Estação Meteorológica do Ceapla, Carlo Burigo, explica que as consequências da estiagem são várias e vão desde a redução de reservas hídricas até o agravamento da poluição atmosférica, que aliada a baixa umidade do ar traz danos severos à saúde. “A última chuva registrada foi em 4 de abril (25,3 mm) e a umidade do ar já chegou a 27%, sendo que o ideal para o ser humano é de 60%”, explica.
A poluição do ar é gerada por uma série de fatores e não existe um único motivo gerador. Um dos principais deles é o transporte de caminhões através de estradas rurais não pavimentadas. “A alternativa seria pavimentar as vicinais. Isso contribuiria muito para redução da poluição.
Não é só o setor ceramista o responsável pela poeira, o trafego de caminhões com carregamento de cana-de-açúcar tem uma contribuição muito importante. Você pega o mês de agosto, por exemplo, onde toda essa terra que foi movimentada para colheita da cana fica descoberta e então você tem mais uma fonte de emissão particulado mesmo com a colheita mecanizada”, enfatiza.
Já na Capital paulista, a diminuição do tráfego de veículos na capital paulista devido à greve dos caminhoneiros fez com que a poluição do ar caísse pela metade, segundo levantamento realizado pelo Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). Os dados são preliminares.
Na comparação dos sete primeiros dias da greve com a semana anterior, a qualidade do ar melhorou em 50% em dois pontos de medição da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) -“Isso é uma observação que ainda vamos desenvolver em estudo, mas o fato é que a cidade conseguiu registar dias com qualidade do ar dentro do padrão considerado bom pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o que é uma exceção”, afirma o médico patologista Paulo Saldiva, diretor do IEA.