O ex-presidente da Ferrari e da FIA, Jean Todt, expressou seu apoio a Felipe Massa em sua batalha legal pelo título da Fórmula 1 de 2008. Massa entrou com uma ação legal contestando o ocorrido naquela temporada, na qual perdeu o título para Lewis Hamilton por apenas um ponto, centrando a disputa no episódio conhecido como ‘Crashgate’, em que Nelson Piquet Jr. foi instruído pelo chefe da Renault (atual Alpine), Flavio Briatore, a causar intencionalmente um acidente, para Fernando Alonso vencer o GP de Singapura.
Após 15 anos, declarações do ex-chefe da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, motivaram Massa a tomar medidas legais. Ecclestone, agora com 93 anos e alegando não se lembrar das declarações que fez, afirmou que todos estavam cientes da trapaça ocorrida em 2008, incluindo ele mesmo e os níveis mais altos da organização da F1.
Todt concorda integralmente com Massa, de que o resultado do GP de Singapura deveria ter sido declarado inválido. “Não vou entrar na polêmica. Para Felipe, foi muito difícil psicologicamente. Talvez pudéssemos ter sido mais rigorosos quando a história veio à tona. Não há dúvida de que o GP de Singapura de 2008 foi manipulado e o resultado deveria ter sido anulado”, concluiu Todt.
Ação não tem prazo final
Através de seus advogados, Felipe Massa enviou sua demanda de forma extrajudicial para que a F1 e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) a examinem e tomem uma posição antes do ingresso formal do caso na Justiça.
O prazo limite para a manifestação das entidades era 15 de novembro e, agora, a defesa de Massa aguarda para dar os próximos passos.
Em entrevista ao Estadão, o estafe de Felipe Massa informou que ainda não há uma data certa para avanços sobre o caso.
O processo é complexo, envolve uma equipe multidisciplinar liderada por advogados de diferentes nacionalidades e, por ter a Inglaterra como foro, tem procedimentos distintos aos da Justiça brasileira. Originalmente, o prazo para manifestação da Fórmula 1 e da FIA era 29 de agosto. Depois, passou para 12 de outubro e ganhou sua última data em 15 de novembro.
Esse procedimento inicial, em que se provoca os acusados a se manifestarem, é obrigatório para dar sequência a processos judiciais na Inglaterra, onde a ação deve transcorrer. Não havendo um acordo, o caso passa a tramitar na Justiça.
Por E. Cortez / Foto: Reprodução