A iniciativa da prefeitura de Rio Claro para disseminar a acessibilidade pela audiodescrição mobilizou interessados de todo o país. O evento online que termina nessa quarta-feira (5) tem participantes de Sergipe, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Paraíba, Santa Catarina, Pará, Espírito Santo, Minas Gerais, Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Acre, Rio Grande do Sul, Tocantins e Rondônia, entre outros estados. Ao todo, são 267 participantes. “Rio Claro lançou um movimento nacional pela audiodescrição”, destaca o prefeito João Teixeira Junior, que participou da abertura da atividade online. “Nossa luta é para garantir os direitos das pessoas com deficiência e para que esses direitos não fiquem apenas no papel e representem melhorias reais no dia a dia desse importante segmento da população”, enfatizou Juninho.
O assessor dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Rio Claro, Paulo Meyer, destacou que dar foco à audiodescrição é fundamental por se tratar de um grande auxílio para pessoas cegas ou com baixa visão. “No entanto, esse recurso ainda é novo e subutilizado no país, principalmente nas cidades do interior”, observou, comparando com a linguagem de libras, que é bem mais disseminada no mundo. “Queremos encarar o desafio de divulgar a audiodescrição pelo Brasil, o que, de acordo com o grande número de inscritos que recebemos de todo o país, é possível se nos unirmos em torno dessa causa”, afirmou, lembrando que além de pessoas cegas ou com baixa visão, a audiodescrição auxilia pessoas com deficiência intelectual e dislexia a compreenderem conteúdos audiovisuais.
O evento contou com a participação de uma das maiores especialistas em formação de audiodescritores no Brasil, a professora Ana Julia Perrotti Garcia. “É muito bom saber que tem tantas pessoas interessadas na audiodescrição”, disse Ana Julia, comentando a grande adesão ao curso introdutório realizado pela prefeitura de Rio Claro em parceria com a empresa Tradusound Acessibilidade Audiovisual. A atividade, que é gratuita, tem a segunda e última sessão de trabalhos nessa quarta-feira das 19h30 às 21 horas. “Os participantes, previamente inscritos, receberão certificado”, informa o assessor dos Direitos da Juventude, Vilson Andrade, que também participou da abertura do curso online.
Ricardo Naitzke, secretário municipal de Cultura, à qual estão vinculadas as assessorias da pessoa com deficiência e da juventude, explica que a ideia do curso nasceu a partir do decreto municipal que estabelece acessibilidade em eventos do Centro Cultural de Rio Claro, incluindo audiodescrição. “Estamos ainda além e estimulando a formação de audiodescritores para que um direito fundamental, que é a acessibilidade, seja cumprido em sua plenitude”, explica. Desde 2017, quando começou a atual administração, a prefeitura de Rio Claro ampliou as ações voltadas às pessoas com deficiência. A primeira iniciativa nesse sentido foi criar a assessoria dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Recentemente o município criou o cadastro municipal de profissionais intérpretes de Libras e audiodescritores, decretou a obrigatoriedade de acessibilidade nos eventos com bilheterias no Centro Cultural e foi a primeira cidade a firmar parceria com o governo estadual para o programa Todas in-Rede, iniciativa que tem como objetivo promover a emancipação das mulheres com deficiência
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