O ato em Rio Claro teve início logo às 8 horas com concentração em frente à Unesp, no bairro Bela Vista. Em seguida, manifestantes com cartazes percorreram várias ruas de Rio Claro até chegarem na região central. Em um dos momentos, na Rua 4, sentaram-se todos em via pública e fizeram um jogral, onde todos repetiam os prejuízos que eles acreditam que possam ocorrer com os cortes anunciados pelo governo Federal. Logo depois, os participantes ocuparam o Jardim Público.
“Foi uma verdadeira conquista, porque houve uma conversa com os segmentos e comunidade exterior. Então, podemos acreditar que, a partir das ações afirmativas, o ingresso dos pretos, pardos, indígenas e os estudantes. Pode haver uma integração maior do ensino público superior com a população e os movimentos sociais”, avaliou o estudante de Geografia e integrante do Movimento Negro de Rio Claro no Coletivo Mãe África, Arthur Pereira da Silva.
Os manifestos aconteceram em todo o país ao longo dessa quarta-feira (15) com a paralisação de atividades do setor de educação. Trabalhadores e estudantes encabeçam a greve nacional contra a reforma da previdência e cortes de verbas. Centrais Sindicais em várias regiões apoiam o ato.
“Movimentação nacional e fundamental em prol da educação pública e laica e de escolaridade de todos os níveis de ensino, estamos sofrendo os cortes e também o desrespeito a uma profissão chamada professor e, consequentemente, estamos sendo caluniados por uma cultura que acredita que uma universidade só faz balbúrdia. A gente faz ensino e faz pesquisas”, ressaltou a professora e vice-diretora do Instituto de Biociências, Maria Antonia Ramos de Azevedo.
As ações aconteceram ainda no período da tarde no Jardim Público, com Projetos de Extensão, Programas de Educação Tutorial (PET’S), Empresas Juniores e outros projetos. “O objetivo foi mostrar os trabalhos importantes que são realizados e mostrar para a comunidade. Temos pesquisas maravilhosas e extensões que fazem trabalho com a comunidade. Se tudo isso terminar, as universidades tendem a fechar, pois não têm condições de se manterem”, salientou a professora.
Jair Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro chegou ao Texas nos Estados Unidos nessa quarta-feira (15) e deu declarações sobre os manifestos no Brasil. Afirmou que pegou um Brasil destruído economicamente. “As arrecadações não eram as previstas e se não houver contingenciamento eu simplesmente entro de encontro com a lei de responsabilidade fiscal.
Gostaria que nada fosse contingenciado, mas educação também está deixando muito a desejar no Brasil. A garotada na nona série, 70% não sabem a regra de três simples. Falam que estão desempregados 14 milhões, sim, parte deles não tem qualquer qualificação porque esse cuidado não teve na administração do PT ao longo de 13 anos”, disse.
O presidente completou. “A maioria é militante, se perguntar a fórmula da água não sabem. São idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo de muitas universidades federais do Brasil”, declarou.
MINISTRO
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que está disposto a conversar com parlamentares, professores e secretários para rediscutir o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), cuja vigência termina em 2020. Disse ainda que é preciso reavaliar o Plano Nacional da Educação, que, segundo o ministro, está “descalibrado”.