Governar para a excelência
A gestão das empresas vem sendo cada vez mais discutida no mundo todo e, pelo momento vivido, com muito mais profundidade. Hoje, o mercado tem um olhar sobre as atitudes e sobre o relacionamento das empresas com seus stakeholders, que transcende o ato de comprar e vender.
Casos como o da Enron, que se transformou em escândalo mundial, até então, não foram suficientes para fazer a mudança necessária, haja vista que no nosso próprio País, recentemente, empresas foram flagradas praticando atos que atentaram à ética e com prejuízos enormes para suas várias partes interessadas.
Infelizmente, muitas vezes, o entendimento ainda é de que aquilo que se faz dentro da empresa, diz respeito somente “às suas quatro paredes”. Mas este paradigma vem mudando.
Ainda que em alguns setores da nossa sociedade, valores como ética e transparência estejam distante do comportamento esperado de seus integrantes, no setor empresarial há, uma forte pressão para que sua prática seja efetiva.
Construir empresas de sucesso, a partir de agora, passa por vários fatores que vão além do lucro pelo lucro. Quando se trata de construir oportunidades de desenvolvimento, de reconhecimento e de perenidade do negócio é preciso, acima de tudo, instituir uma gestão com base em uma cultura organizacional ética.
Estabelecer, de fato, boas práticas de gestão passa pelo processo de governança corporativa, que uma vez adotado, determina com muita clareza os princípios que regem a maneira como a empresa é dirigida.
A governança corporativa traz em sua essência uma gestão baseada na transparência e na confiança das relações da empresa, com seu público interno e com seu público externo.
A definição de governança dada pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa é: ”o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”.
Os princípios que regem o sistema de governança corporativa, também chamado de quatro Pilares, são:
1 – Transparência, cuja finalidade é dotar a empresa de uma base de informações fidedignas e que conferem confiança na organização.
2 – Equidade, que diz respeito à igualdade de oportunidades e de tratamento dado às pessoas, o compartilhamento de informações e a eliminação de qualquer tipo de discriminação.
3 – Prestação de Contas, cuja finalidade é estabelecer uma gestão participativa através critérios claros de apresentação dos resultados e das decisões tomadas e seus impactos.
4 – Responsabilidade Corporativa, que diz respeito aos compromissos assumidos e seu cumprimento com as partes interessadas, de ordem social, ambiental, de retorno do capital investido, de perenidade do negócio e que lhe confere sustentabilidade empresarial.
Vale ainda ressaltar dois aspectos que podem ser tratados como característicos do sistema de governança corporativa que são:
a) Sua aplicação não está restrita a porte, ramo de negócio ou qualquer outro parâmetro, podendo ser implementado por qualquer empresa que deseja melhorar seus resultados e sua posição no mercado.
b) A participação, o engajamento e o financiamento do sistema é uma tarefa indelegável e fundamentalmente necessária por parte dos Líderes da organização.
A excelência na gestão começa com os princípios da governança corporativa.
Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações. Envie suas sugestões de temas para o prof. Moacir. Para contatos e esclarecimentos: moa@prof-moacir.com.br / Viste: www.prof-moacir.com.br