Gestão pós-pandemia
São recorrentes as tratativas de como será o mundo após a pandemia. Do cidadão comum ao empresário há uma grande interrogação sobre os impactos causados por uma das maiores – se não a maior, crise de saúde pública que o mundo já viveu.
Que muita coisa não será como antes, já é uma realidade, mas de fato como será daqui para frente, como deveremos nos adaptar, em quanto tempo e qual o papel de cada um de nós frente ao que virá? Todas essas perguntas ainda não podem ser respondidas com certeza.
Podemos sim, enxergar algumas tendências em função de uma paralisação econômica, a nível mundial, nunca antes ocorrida. De qualquer forma é certo que haverá uma reestruturação profunda em níveis econômicos, sociais e organizacionais.
Antes de mais nada é preciso entender que “a volta a normalidade” – da maneira como estávamos acostumados, se ocorrer, não acontecerá de forma instantânea, pelo contrário, em cada segmento ocorrerá de uma maneira. Temos que levar em conta a demanda, tipo de mercado, produto, serviço, entre outras variáveis.
Há um consenso de que a transformação digital, que antes era vista como um objetivo a ser alcançado pelas empresas, agora passa a ser um qualificador para que elas possam continuar no mercado.
O isolamento nos obrigou a uma utilização maior dos meios eletrônicos em nosso dia a dia, porém, para uma transformação digital de fato há um longo caminho a percorrer, a começar pela capacitação profissional; sem falar no investimento necessário para isso.
A transformação digital exige uma mudança cultural, portanto envolve paradigmas de convivência, de usos e costumes, que é muito diferente de, apenas, enviar mensagens pelo whatsapp ou estar conectado nas redes sociais.
A convivência digital – o ser digital envolve uma postura diferenciada em termos de interatividade, responsabilidade e legalidade. Somente pelo aspecto legal, ainda nos falta muita coisa, principalmente no que diz respeito à regulação.
Nossa economia, como já tive oportunidade de ressaltar aqui neste espaço, gira em torno das pequenas e médias empresas. Muitas dessas empresas, para não dizer a maioria, ainda estão muito distantes da tecnologia digital, que será necessária a partir de agora.
E aqui chegamos ao ponto da reestruturação organizacional, que na minha opinião deverá ser um dos pontos de maior importância e de maior desafio para as empresas pós covid-19.
Toda mudança, por menor que seja só será efetiva se começar pela gestão. Neste aspecto tenho repetido, em função da minha experiência como consultor organizacional, que este ainda não é o foco de grande parte dos pequenos e médios empresários.
Sem os fundamentos da gestão aplicados, as empresas terão muita dificuldade para fazer frente aos desafios impostos pelo pós vírus. Sejam eles de ordem financeira, econômica ou digital, é necessário antes de tudo que a empresa tenha uma gestão muito bem definida; para que os meios não se transformem nos fins.
Ainda que haja uma imposição, necessária, pela transformação digital, será pela gestão organizacional, sem nenhuma dúvida, que as empresas poderão se reconectar com o mercado pós-pandemia, de forma efetiva e eficaz.
Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações.
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