Nesta segunda, dia 23 de setembro, às 4:50 horário de Brasília, o Sol vindo do hemisfério norte celeste em seu movimento aparente pela eclíptica, cruzou o equador celeste, que é a projeção no espaço do equador terrestre, indo, a partir de então, para o hemisfério sul celeste. Este ponto notável em que o Sol cruza o equador celeste em seu movimento aparente pela eclíptica, é o momento da mudança de estação de inverno para a primavera no hemisfério sul terrestre.
Seja bem vinda Primavera! No instante exato do equinócio, o Sol se encontrava na direção da constelação de Virgem, umas das 88 constelações catalogadas pela União Astronômica Internacional, e a mesma constelação em que está contida a estrela Spica de Virgem, estrela esta que está acima da expressão Ordem e Progresso em nossa bandeira brasileira, que representa o estado do Pará.
A palavra equinócio vem do Latim, e quer dizer dias e noites iguais, faz jus, pois nos equinócios tanto de março ou de setembro, são os únicos dias no ano, em que o Sol nasce exatamente no ponto cardeal leste, e se põe no oeste exato, assim, o dia com insolação solar e a noite sem insolação solar, tem 12 horas. No dia 23, o Sol nasceu às 5:59 e teve seu ocaso às 18:07.
A partir do equinócio de setembro, o Sol começa a ir para a máxima declinação sul, até que, no dia 22 de dezembro de 2019, 1:19 horário de Brasília UTC -3, ele atinge a máxima declinação sul, 23,5º, que corresponde a inclinação do eixo axial de rotação da Terra, em relação a perpendicular ao plano da órbita em torno do Sol.
Na manhã do dia 24, por exemplo, o Sol já nasceu com declinação negativa de -0º18’04” às 5:58 horário de Brasília UTC -3, para a localidade de Rio Claro/SP, sendo que o sinal negativa, indica que ele já está iniciando seu caminho da linha do equador para o Sul, até que em 22 de dezembro, no solstício de verão, ele para, e começa a voltar para o equador novamente.
Todos esses movimentos do Sol são aparentes. No experimento realizado no 1º Camping Astronômico em Ipeúna, dia 22 de setembro, a qual foi utilizado uma haste vertical fincada no solo, com um metro de altura, para a medição da sombra projetada sobre ela, com três demarcações realizadas, às 11:00, depois às 12:00 e a última às 13:00 UTC -3, encontrando com isso, o meridiano astronômico local, que é a linha norte/sul, e, consequentemente, os pontos cardeais leste e oeste.
Constatamos com esse experimento, o ocaso do Sol justamente no ponto cardeal oeste, em que, em apenas dois dias no ano ocorre esse fenômeno, no equinócio de outono e de primavera, que foi neste dia 23 de setembro.
Mesmo fazendo no dia 22 o experimento, o erro foi mínimo, e para efeito de demonstração, não atrapalhou em nada. O importante de tudo isto, é que com o mínimo de recursos, como uma haste vertical, que pode ser um cabo de vassoura ou uma barra de ferro, barbantes e um fenômeno como o equinócio para estudo, podemos realizar um experimento para com a educação em astronomia para alunos e a comunidade.