Na noite da última sexta-feira (11), o rio-clarense Caio Pacheco mais uma vez fez história na Argentina. Caio, que também é armador da seleção brasileira, fez 27 pontos para o Bahía Basket, pegou sete rebotes, deu seis assistências e acertou o arremesso de três que virou o jogo para 90 a 88 com dois segundos no relógio.
Pela seleção brasileira, Caio volta à quadra no próximo sábado (19), quando pega novamente o Panamá pela AmeriCup (Copa América de Basquete Masculino). Entre um treino e outro, o atleta conseguiu um tempo para conversar com a redação do Diário do Rio Claro, quando falou sobre os motivos que o levaram a retirar seu nome do Draft da NBA (evento anual em que os times da NBA podem recrutar jogadores).
Diário do Rio Claro: Como vê o seu atual momento e como manter esse ritmo e performance durante a pandemia?
Caio Pacheco: O momento que estou vivendo é realmente muito bom, foi um ano muito especial para mim, tanto em questão da minha carreira quanto em questão da minha vida, foi um ano muito legal, muito diferente, muito especial, onde aprendi muito, que eu consiga seguir ao máximo com minha performance e seguir melhorando que é o plano, trabalhando duro e melhorando a cada, que é o que eu trato de fazer todos os dias.
Diário do Rio Claro: Você foi um dos melhores jogadores do campeonato argentino em 2019-20, com médias de 19.4 pontos e 6.0 assistências por jogo. Você esperava por isso? Como foi sua adaptação no país vizinho? A receptividade dos Hermanos, esperava que fosse rápida e tão expressiva?
Caio Pacheco: Em relação ao Campeonato Argentino, realmente tive um bom destaque na temporada passada, como eu disse um ano muito abençoado, onde consegui bons números. A adaptação à Argentina foi algo muito legal, no começo tive um pouco de dificuldade porque eu estava mudando de país, mudando de cultura, mas por sorte eu vim para um clube onde me abraçaram, fiz parte da família, a receptividade sempre foi muito grande. Hoje posso dizer que é minha segunda casa, eu me sinto em casa e sou muito feliz. Estamos jogando agora a nova temporada e tentando fazer o meu melhor por aqui.
Diário do Rio Claro: Estando num momento tão bom, por que retirou seu nome do Draft (recrutamento da NBA)?
Caio Pacheco: Em relação ao Draft, acredito que primeiro e mais importante é que as pessoas saibam que o Draft foi realmente atípico, por conta de toda pandemia foi diferente. Muitos dos processos que podem ser feitos para o Draft, infelizmente, não puderam ser feitos. Eu não pude ir para os Estados Unidos para que as equipes pudessem me ver, no chamado Draft Combine, e vários outros fatores e depois de algumas decisões e reuniões com minha família e minha agência, decidimos que o melhor a ser feito era tirar meu nome pelo menos este ano. Mas é um sonho jogar na NBA, continua ser um sonho meu, que espero um dia poder conquistá-lo.
Diário do Rio Claro: Como vê Rio Claro, cidade de tradição, história e títulos de grande expressão nacionais e internacionais, não ter atualmente um time de basquete profissional?
Caio Pacheco: Vejo Rio Claro como minha casa, foi onde eu passei minha infância, cresci, tenho um carinho muito grande pela cidade. É uma cidade que tem muita tradição no basquete e espero que o basquete possa voltar o mais rápido possível, porque realmente é uma cidade que respira basquete, que tem histórias muito lindas em torno deste esporte. E eu sendo rio-clarense espero sempre o melhor para a cidade e acredito que o basquete faz parte também da nossa cidade.
Diário do Rio Claro: Seu pai, Álvaro Pacheco, também armador, conquistou o Campeonato Brasileiro pelo time de Rio Claro. Pensa em fazer o mesmo, caso a cidade volte a ter um time de basquetebol um dia?
Caio Pacheco: Meu pai tem uma história muito bonita com o basquete de Rio Claro. Foi campeão brasileiro e inúmeros títulos aí pela cidade. É algo muito especial. Sobre voltar a jogar em Rio Claro acredito que o futuro a gente não conhece, mas eu trato de estar focado no meu dia-a-dia, hoje meu dia a dia é o Bahía Basket, trato de estar focado aqui, fazendo o meu melhor trabalho e quem sabe no futuro eu possa voltar e jogar pela minha cidade, mas é algo que eu trato de não ter na minha cabeça. Se tiver que acontecer, um dia vai acontecer.
Foto: FIBA Americas/Divulgação