Tem muita gente que diz ser dono da verdade, não se permite pensar diferente, é aquela pessoa que mesmo estando errada não dá o braço a torcer. Jamais oferece a chance de, ao menos, avaliar alguns conceitos pré-concebidos e ficam limitados e naturalmente desatualizados. Conhece alguém assim?
Uma história oriental muito interessante pode ajudá-lo a perceber que a todo tempo ainda é possível mudar. Um mestre muito sábio foi procurado por um homem que queria saber o segredo da longevidade. O mestre era conhecido por sua falta de flexibilidade de aceitar ideias que iam contra os seus conceitos foi logo dizendo:
– Para mim o segredo da longevidade é nunca discutir com ninguém. Aceitar e acolher todas as verdades, pois tudo é parte da grande verdade.
O homem que, apesar de jovem, já apresentava sinais da idade, como alguns cabelos brancos, rugas ao redor dos olhos e um semblante cansado, insatisfeito com a resposta do mestre, retrucou:
– Mas o senhor não acha que o debate é muito importante? A ignorância não seria por si mesma um mal? Quando nos propomos ao debate de ideias, estamos ampliando nossa consciência e evoluindo. O senhor não concorda?
O mestre parou, pensou longamente e, por fim, respondeu: – É, você tem toda a razão.
Esse pequeno encontro com a sabedoria do mestre pode nos fazer refletir sobre o que estamos defendendo e de que forma. Como aceitamos as opiniões discordantes e o que pensamos sobre nossas próprias ideias?
A cada dia, cada instante e a todo o tempo há múltiplas possibilidades que precisam ser acolhidas e transcendidas para manter o nosso foco em nosso crescimento. Acolher os pensamentos diversos e aceitação de opiniões discordantes não são uma fraqueza ou um sinal de ignorância de nossa parte, mas a arte da verdadeira sabedoria.
Por que muita gente se sente diminuído quando o que pensamos não é aceito como verdade? Aprendemos que pessoas que mudam muito de ideia são volúveis e que devemos ser donos da verdade, não é assim que acontece a evolução do ser.
Entre o oito e o oitenta há setenta e dois números, porém nos esquecemos disso e vivemos nos extremos, onde se encontram os maiores níveis de tensão. Nem tanto o mar, nem tanto a terra. Ninguém possui o monopólio da verdade, portanto, é preciso se abrir para novas experiências, entendimentos novos, novas aprendizagens. E isso é tudo que mais necessitamos. Pense nisso!