Umas das referências fundamentais para observação do céu noturno é o reconhecimento do Polo Celeste Sul, o PCS. Existem dois pontos, o Polo Celeste Sul e o Polo Celeste Norte (PCN), diametralmente opostos. São pontos imaginários na esfera celeste projetados a partir dos polos geográficos. São várias as maneiras de se encontrar esses pontos no céu austral, onde as estrelas parecem fazer um movimento no sentido horário, nascendo na direção do ponto cardeal leste e se pondo no oeste.
Este, é um movimento aparente, pois é a Terra que tem seu movimento de rotação de oeste para leste. Uma das principais características no céu de inverno aqui no HS, é a fácil visualização da Constelação do Cruzeiro do Sul, o Crux, a menor das 88 constelações catalogadas pela União Astronômica Internacional, que tem seu movimento circumpolar, em torno de um ponto, que é o PCS. Mas onde fica esse ponto? Vamos estudar três maneiras para se achar o PCS:
Primeira maneira: ache o Crux na abóbada celeste, as quatro estrelas mais brilhantes, de menor magnitude, a Alfa do Crux que é a estrela de Magalhães, Beta, Gama e Delta, que compõem o asterismo da cruz do Cruzeiro. Depois, a partir da estrela de Magalhães, conte 4,5 vezes o tamanho do madeiramento maior da cruz em linha reta usando um laser pointer, que é uma ferramenta fundamental para os astrônomos amadores, profissionais e amantes dos céus. Fazendo essa contagem de 4,5 vezes em linha reta, você encontrará o PCS, o Polo Celeste Sul.
Segunda maneira: encontre a estrela Aspidiske, a iota da constelação de Carina com magnitude 2.20, e a estrela Miaplacidus, estrela beta de Carina, com 1.65 de magnitude. Trace uma reta a partir da Aspidiske, passando pela Miaplacidus, até o ponto de intersecção com a reta do prolongamento do madeiramento maior da cruz do Cruzeiro do Sul, como no exemplo anterior. A intersecção dessas retas é o PCS. Essas duas estrelas estão compostas no que chamamos de falso Cruzeiro, que se dá essa designação pela sua aparência com o Cruzeiro verdadeiro.
Terceira maneira: na terceira maneira para achar o PCS, primeiramente encontramos na abóbada celeste as estrelas alfa e beta de Centauri, as estrelas apontadoras do Crux, ou as guardiãs do Cruzeiro, Rigel e Hadar Kantaurus, duas estrelas muito brilhantes. Trace uma reta perpendicular as estrelas apontadoras do Crux, até coincidir com a reta do madeiramento maior da cruz do Cruzeiro, essa intersecção é o PCS.
Em todas as maneiras, você achando o PCS e traçando uma perpendicular em direção a linha do horizonte observável, você encontra o ponto cardeal sul verdadeiro. Outra situação muito importante e interessante, é a altura do polo elevado, que é a latitude geográfica do local. Mas, é óbvio, que essas medições são aproximadas, não são extremamente exatas, mas esse conhecimento enriquece muito a sua observação do céu noturno.