Nessa terça-feira (20), o deputado federal Laércio Oliveira – relator da Lei do Gás – visitou a região de Rio Claro e esteve no Diário do Rio Claro, acompanhado do diretor presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Sergipe José Matos Lima Filho, do superintendente Executivo do Estado de Sergipe Marcelo dos Santos Menezes e do diretor de Relações Institucionais da ASPACER, Luís Fernando Quilici. Em entrevista comentaram a importância da Nova Lei.
A Nova Lei do Gás tem sido tratada como instrumento de aumento da competitividade e consequentemente redução do preço do gás, há uma expectativa de tempo real para isso acontecer?
Laércio Oliveira: É um setor que durante dez anos ou mais viveu sobre regime de monopólio e a abertura do mercado traz um ambiente novo, com perspectiva para os próximos cinco anos para começar a sentir o reflexo disso. A gente tem infraestrutura muito pequena em relação ao mundo, aliado ao monopólio aí que surge o preço elevado do gás no nosso país, tirando a competitividade da indústria, principalmente. Se hoje o botijão de gás está custando 100 reais, é porque parte do gás é importado e o dólar do jeito que está, eleva muito o custo do botijão, e a sociedade acaba arcando com esse valor altíssimo. A partir do momento que possamos ter uma infraestrutura competitiva, é estimado que o valor seja reduzido em torno de 40% não só para GLP, mas para todo mundo que utiliza gás isso vai ter reflexo na inclusive na cesta básica.
Marcelo Menezes: Vamos começar a uma competição gás x gás e não gás x outros combustíveis. No prazo de 4 a 5 anos estaremos de fato sentindo os reflexos desse novo momento. Hoje os contratos das distribuidoras ainda estão vigentes com a Petrobras e na medida que vão sendo feitas novas chamadas públicas para distribuição de suprimentos de gás, começaremos a ver novos sinais de redução. É um movimento que acontece em etapas, aos poucos. Hoje o preço do dólar e a alta do petróleo influenciam um movimento inverso de aumento do gás, por isso, decorrente desses dois fatores, a Lei do Gás não teve oportunidade de mostrar reflexos, mostrar a que veio. À medida que entrarem em vigor os novos contratos, vão surgir novas disputas entre estados, cada um ajustado as legislações, visando reduzir os custos da distribuição também, a partir disso começar uma nova dinâmica com o mercado aberto, dinâmico, competitivo, a partir daí os resultados serão auferidos pelo setor produtivo, pelos consumidores.
Novas regras para o setor de gás natural prometem estimular investimento privado e novas oportunidades de negócios no Brasil, gerando mais empregos como o senhor vê esse cenário?
Luís Fernando Quilici: Prevemos investimentos pesados em infraestrutura, com cerca de R$ 60 bilhões na cadeia produtiva do gás, gerando 4 milhões de empregos em função do que vai ser feito de investimento na cadeia produtiva e o que vai repercutir para setores industriais envolvidos nisso. Isso é muito importante para a indústria de Rio Claro, porque você tem pelo menos 20 grandes indústrias que consomem gás, além das cerâmicas, são empresas como Agroceres, Whirlpool, Tigre, Owens Corning. Não consomem no mesmo volume que as cerâmicas, mas utilizam e também serão beneficiadas com a Nova Lei.
Por Vivian Guilherme / Foto: Diário do Rio Claro