Para nós, que buscamos um melhor entendimento da vida, através do Espiritismo, sabemos que a Terra é um planeta de terceira ordem, de provas e expiações, onde o mal, ainda prevalece.
Sabemos igualmente que o que chamamos de morte, destruição, em verdade, é, transformação. Por sermos seres condicionados à terceira dimensão, entendemos que a vida é começo, meio e fim. Quando, em verdade, não é.
A vida, em si, a vida espiritual, a nossa vida, é uma só, feita de várias etapas evolutivas, ou seja, cada encarnação. Em cada encarnação, vivemos experiências que nos permite aprendermos mais e evoluirmos mais, nos dois aspectos fundamentais da vida, o intelectual e o moral.
No intelectual, adquirimos conhecimento e vamos, pouco a pouco, nos qualificando para atuarmos como co-criadores do Universo. E no moral, vamos corrigindo nossos defeitos e aprimorando nossas qualidades e, assim, nos qualificando igualmente para contribuirmos na grande obra de redenção espiritual da humanidade que tem à frente, nosso Mestre Jesus.
Porém, curiosamente, dia desses, senti-me surpreendido ao deparar-me com uma cena inusitada. Eu caminhava pela Praça da Liberdade, como faço todos os dias. Cabisbaixo, porque, os olhos claros, me impedem de olhar na direção do sol, logo pela manhã. Vinha para o jornal Diário, preparar a pauta de esportes para a edição impressa do dia seguinte, escolher os assuntos esportivos que seriam abordados nas mídias sociais do Diário, e também para o site J1, o que exige bastante atenção, cuidado e preocupação. Acho que por esse motivo, a pessoa se aproximou de mim, muito atenta à minha situação e ofereceu-me ajuda, depois de um agradável e sorridente bom dia. Respondi ao bom dia, assim, no automático, e nada sorridente. “Precisa de alguma coisa?” – disse-me a pessoa, uma senhora magrinha, simpática e com uma aparência de dar pena. Em princípio, o orgulho idiota e a tola mania de julgar as pessoas pela aparência me causou surpresa. Afinal, o que alguém naquelas condições poderia me oferecer de bom?
Não, querida, obrigado – foi a minha resposta, um tanto encabulada e constrangida, embora, educada. Então, a pessoa se foi em direção à Matriz de São João Batista, onde, por vezes, também paro por instantes, para agradecer a Deus, o fato de estar vivo e trabalhando, depois de tudo.
Vi, quando ela entrou, fazendo reverência e o sinal da cruz. Lembrei-me de ter lido em algum lugar, talvez, em algum livro de Amália Domingo Soler, acho que “Reencarnação e Vida”, que não importa a condição em que nos encontremos, podemos todos nos colocarmos à disposição e à serviço do bem, na medida de nossas forças e de nossas possibilidades.
Afinal, justamente aquele que nada tinha, nem mesmo uma pedra onde repousar a cabeça, foi aquele que mais amou entre nós. Pense nisso, caro leitor. Tenho certeza que se sentirá estimulado a fazer a sua parte, a fim de tornar este mundo um pouco melhor.
E vamos, agora, ao nosso habitual cafezinho de cada manhã. Pensando sempre positivo, com muita fé em Deus e amor à vida e, vivendo um dia de cada vez, hoje e sempre. Inté, moçada!
Por Geraldo Costa Jr. / Foto: Edson Reis