As eleições municipais se avizinham e a população rio-clarense, aos poucos, vai se inteirando quanto aos candidatos que anseiam por uma vaga do Legislativo, assim como aqueles que têm o intuito de ocupar o posto de Prefeito Municipal. Aos domingos, o Diário do Rio Claro segue com entrevistas com os pré-candidatos à prefeitura de Rio Claro. A equipe de jornalismo do Centenário elaborou as questões, que serão as mesmas destinadas a todos.
Maria Aldenir Marques Cardoso (PSOL)
Já se candidatou para vereadora no ano de 2016. É formada em Ciências Sociais com ênfase em Ciência Política pela UFPA (Universidade Federal do Pará). Sempre atuou no setor de educação como professora da rede pública de ensino. No início da carreira trabalhou por alguns anos como professora temporária nas seguintes escolas estaduais: Chanceler Raul Fernandes, Prof. Délcio Baccaro, Profª. Heloísa Lemenhe Marasca, Prof. João Batista Leme, Prof. José Fernandes, Prof. Marciano de Toledo Piza, Prof. Roberto Garcia Losz, Profª. Zita de Godoy Camargo. Na rede municipal atuou como professora temporária de História, na Escola Agrícola Eng. Rubens Foot Guimarães. Hoje é professora concursada, efetiva na Escola Estadual Prof. José Cardoso, lecionando as disciplinas de Sociologia e História, desenvolvendo atividades que buscam reflexão, autonomia e a construção da cidadania.
Diário do Rio Claro: A pandemia mudou completamente o cenário político, social e industrial de todo o mundo. Na sua opinião, como deve ser o comportamento do político a partir do próximo ano no sentido de amparar as famílias rio-clarenses afetadas pela pandemia.
Aldenir: Em um momento em que enfrentamos uma crise sanitária e esperávamos que nossos governantes colocassem todos os esforços no combate à pandemia, o que vimos em muitos municípios são escândalos, fraudes e corrupção com o dinheiro que deveria estar sendo usado para salvar a vida das pessoas. Em um ato de profundo desrespeito as vidas que foram perdidas, em Rio Claro, além de lidar com mortes por COVID-19 todos os dias, temos ainda o caso das possíveis irregularidades na compra de materiais para a Saúde. Isso deve ser investigado. Os políticos no próximo ano devem concluir todas as investigações pendentes, colocar tudo a limpo do que foi feito com o dinheiro da população. Devemos também ter a humildade de ouvir a todos e todas, buscando soluções para o grande problema que estamos passando. Diálogo é a palavra, é a postura que devemos adotar. A ciência precisa ser o norte em todos os momentos, e o próximo prefeito ou prefeita deve montar uma equipe altamente qualificada, com capacidade para formular soluções para a cidade, e a população deve ser ouvida em todas as decisões.
Diário do Rio Claro: Entre as prioridades para o Poder Público, a Saúde é a que aponta maiores dificuldades e tem remetido aos ataques mais ferozes às administrações. Como diminuir a dependência do cidadão em relação ao Poder Público no que diz respeito à Saúde?
Aldenir: Sou contrária a lógica de que o poder público deva diminuir a sua presença na vida do povo, principalmente na área da saúde. A pandemia, no mundo todo, mostrou com clareza que a existência de serviços públicos é essencial para que a população mais pobre tenha o direito à vida garantido. Até mesmo os defensores da privatização terão de dar o braço a torcer e admitir que o Sistema Único de Saúde desempenha um papel insubstituível no combate a crise sanitárias, papel que a iniciativa privada não chega nem próxima de cumprir. O direito à saúde é constitucional e os governos federais, estaduais ou municipais devem cumprir a Constituição com muito rigor e respeito. Em Rio Claro, precisamos de postura e seriedade! Não é possível admitir conversas não republicanas como a que o Prefeito do Juninho da Padaria teve com o lobista Fernando Vítor (caso do “Fala My Doctor”, da operação Ouro Verde). Em 2017, juntamente com o meu partido, pedimos que o escândalo citado fosse investigado. Nenhum vereador quis comprar essa briga. E agora, no finalzinho do mandato, os vereadores fingem que se preocupam com a corrupção.
Valdir Natalino Andreeta (PTB)
Eleito vereador em 1982, exerceu seu mandato até 2012, eleição na qual foi o candidato a vereador com a maior votação da história da cidade. De família humilde, morador no Distrito da Assistência, seu primeiro trabalho foi como verdureiro. De carriola nas mãos e com o sol nas costas teve uma verdadeira faculdade, como costuma dizer: “o contato pessoal e direto com as pessoas”. Isso permitiu que fosse eleito vereador. E por tudo o que viveu e pelo amor, que aprendeu a ter pelas pessoas, exerceu, por 30 anos, na vida pública.
Diário do Rio Claro: A pandemia mudou completamente o cenário político, social e industrial de todo o mundo. Na sua opinião, como deve ser o comportamento do político a partir do próximo ano no sentido de amparar as famílias rio-clarenses afetadas pela pandemia.
Andreeta: Não dissocio a política do amor cristão: amor como atitude. Amor como relação. A pandemia colocou em nossa cara a fragilidade do ser humano e exigiu que aprimorássemos nossa capacidade de compaixão: colocar-se cada vez mais no lugar do outro. O político é sobretudo aquele que ama e age pelo próximo. O trabalho é o maior programa de inclusão que uma sociedade pode oferecer. E ele não está ligado apenas ao “criar postos”, mas em “capacitar as pessoas”. Teremos um projeto de baixíssimo custo direcionado a qualificação profissional que abarque todas as faixas etárias e voltado aos 4 setores da economia, aproveitando todas as nossas potencialidades. E a tecnologia será nossa grande alavanca. Como já se diziam: nos dê um ponto e movimentaremos o mundo!
Diário do Rio Claro: Entre as prioridades para o Poder Público, a Saúde é a que aponta maiores dificuldades e tem remetido aos ataques mais ferozes às administrações. Como diminuir a dependência do cidadão em relação ao Poder Público no que diz respeito à Saúde?
Andreeta: Fortalecimento das ações no setor primário, com a adequada orientação do usuário sobre a funcionalidade das unidades de saúde. Romper com a visão de que na área da saúde é apenas cuidar do doente para incorporar de maneira efetiva a cultura da promoção da saúde como qualidade de vida. Ações transversais nesse sentido são também fundamentais. Saúde não é apenas ausência de doença. E há toda uma cultura que orbita essa ideia e precisa ser superada.
Fotos: Divulgação / Montagem Cesar Augusto Teixeira