A exportações no Brasil de produtos cerâmicos, assim como em todo mundo, tiveram um duro golpe por conta da pandemia do novo coronavírus. No entanto, a retomada da produção nacional, esperada há meses, ainda segue em compasso de alerta tanto pela volta de uma possível segunda onda do covid-19 assim como a nova gestão do governo Americano.
O motivo é que os Estados Unidos da América (EUA), tem sido um importante comprador de revestimento cerâmico do Brasil. Levantamento feio pela Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (ASPACER), mostra que diante da retração econômica, as exportações no setor caíram 12,6% entre janeiro a outubro desse ano, se comparado ao mesmo período de 2019. No ano passado (janeiro a outubro), foram exportados para todo o mundo em metros quadrados, 84,94 milhões de metros quadrados de pisos e revestimentos cerâmicos e neste ano, entre os mesmos meses, foram 74,23 milhões. Já os EUA, compraram no ano passado 15,5 milhões de metros quadrados e este ano, dentro do mesmo período apurado, foram 17,8 milhões, o que significa um crescimento de 14,7%.
O volume fez com que o pais americano liderasse o mercado de exportações de pisos e revestimentos cerâmicos no Brasil neste ano. No entanto, os impactos com a troca de comando da Casa da Branca e as relações bilaterais com o Brasil ainda são um mistério. Segundo diretor de relações Institucionais da Aspacer Luís Fernando Quilici Quilici, Juan González, o assessor de campanha de Joe Biden e conselheiro para a América Latina do ex-vice-presidente durante seus anos na Casa Branca, já teria alertado nas redes sociais recentemente sobre as relações entre Brasil e Estados Unidos, principalmente no que diz respeito ao meio ambiente. “ Não sabemos exatamente qual será a política externa de Biden. É óbvio que haverá diferentes ênfases de um governo democrata em relação ao atual, mas acredito que tudo passará a ser tratado de forma diplomática, onde o bom senso e o livre comércio deverão prevalecer”, avaliou Quilici, acrescentando que, para uma evolução desta análise será preciso aguardar também a montagem do novo governo para ter assim, mais informações sobre o caminho que os EUA irão seguir em 2021.
Roberto Beltrame da Cerâmica Viva, que atua dentro da área administrativa e no seguimento de exportação afirma também que há incertezas, mas que está otimista e prevê uma possível melhora no mercado Americano para com o Brasil. “Acredito que a diplomacia interna brasileira vai prevalecer e a economia Americana, sendo aquecida, trará demandas para eles importarem. Tem muitas variáveis quando se trata de troca de governos, mas estamos sim confiantes em uma melhora”, concluiu.
CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou também nesta semana um estudo, onde aponta que se houvesse um retorno das exportações da indústria brasileira aos níveis de 2008 ele traria até R$ 376 bilhões por ano para a economia do país e preservaria 3,07 milhões de empregos.
A estimativa foi apresentada neste mês, no Encontro Nacional da Indústria 2020. De acordo com a CNI, caso a participação tivesse sido mantida, as exportações industriais subiriam dos atuais US$ 82,2 bilhões por ano para US$ 105,3 bilhões anuais, alta de 28,1%.
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