O mês de abril começou com a conjunção da Lua, Vênus e Mercúrio a partir das 4 horas da manhã nos dias 1 e 2.
A partir das 22h30, já podemos observar o gigante gasoso Júpiter na constelação zodiacal de Ofiúco nascendo próximo ao horizonte leste na faixa da eclíptica e muito brilhante, com magnitude de -2,4. Saturno, o rei dos anéis, nasce também na mesma faixa eclíptica um pouco mais tarde, a partir da meia-noite, e permanece o ano todo na direção do centro da nossa galáxia, em Sagitário.
Os planetas jovianos, Júpiter e Saturno ficam a madrugada toda na abóbada celeste este mês, até o Sol se impor e ofuscá-los com sua radiação. Essas madrugadas estão sendo ótimas para apontar os telescópios, lunetas e binóculos, resolvendo os gigantes gasosos e seus satélites maiores. A Lua tem suas quatro fases principais nos dias, 5, 12, 19 e 26 de abril. Dia 5 de abril, a fase nova, em que sua metade iluminada está voltada para o Sol e não a enxergamos.
Dia 12, a fase quarto crescente, a primeira quadratura, que a metade da metade da Lua está iluminada voltada para nós. Dia 19, a fase cheia, que nesta fase a face iluminada está voltada para nós, observadores na Terra, e a face não iluminada para o Sol, sendo sua configuração, de acordo com a nossa posição, de o Sol, a Terra e a Lua alinhados aproximadamente em 170º, a elongação.
O último quarto, a fase quarto minguante, acontece em 26 de abril. Lembrando sempre que a Lua é um corpo esférico não perfeito, um geoide, que não emite luz, recebe luz solar, assim, sempre estará com sua metade iluminada, e a outra metade não.
A porção visível para um observador na Terra, de acordo com sua posição em relação ao Sol, é a sua fase. Dia 21 de abril, acontece a Páscoa, mas o que tem a ver com Astronomia? Tudo. Pois a Páscoa depende das posições da Lua e do Sol para a sua data ser concretizada, ou seja, sempre acontece depois do equinócio de primavera boreal, que para nós é do hemisfério austral, o equinócio de outono e, após a Lua cheia, depois, ou no primeiro domingo após esses fenômenos.
Confuso? Então vamos simplificar. A Páscoa ocorre no primeiro domingo, após a primeira Lua cheia, após o equinócio de março. Daí também se obtém a data do Carnaval. Em abril também temos a chuva de meteoros Lirídeos, entre 14 e 30 de abril, sendo seu pico nos dias 21 a 23.
Essa chuva tem seu radiante na constelação de Lira, que tem como estrela Vega, a mais brilhante desta constelação, a estrela alfa de Lira (Alfa Lyrae), mas, neste ano, teremos a Lua saindo da fase cheia, em minguante gibosa, dificultando, e muito, a observação dessa chuva nos dias com a taxa de maior incidência (THZ – 18, Taxa Hora Zenital de 18 meteoros por hora para essa chuva), infelizmente.
Algumas ocultações de estrelas pela Lua ocorrerão em abril, mas somente poderemos observar com telescópios mais equipados, com oculares boas e em um local com pouca poluição luminosa.
O Sol se encontra basicamente ainda no Ponto Vernal, saindo dele, na constelação de Peixes e, a partir do dia 19 de abril, ele vai para a constelação de Áries, que antigamente era em Áries o Ponto Vernal, por isso que também chamamos esse ponto de Primeiro Ponto de Áries, que hoje, devido à precessão dos equinócios, está na constelação de Peixes.