Máscaras e luvas e a importância do descarte adequado
Em todas regiões do mundo, a pandemia do coronavírus vem fazendo com que as pessoas se previnam evitando aglomerações; higienizando as mãos, evitando contato com o rosto, além de usarem luvas e máscaras nos locais onde há grande circulação de pessoas.
As máscaras passaram a ser um item essencial e obrigatório e há hospitais distribuindo gratuitamente como forma de prevenção. Porém, vale lembrar que as máscaras descartáveis, após o uso devem ser desprezadas, pois se trata de material infectado e não pode ser jogada no lixo comum. O risco de contaminação ao ambiente por máscaras em locais inadequados tem crescido nas grandes cidades nos últimos meses, e a população em sua maioria não tem associado que o agravamento dos impactos ambientais também pode trazer sérios danos e agravar ainda mais a saúde pública.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, as máscaras são classificadas como infectantes do Grupo A, podendo trazer contaminações por bactérias, vírus, e outros agentes infectantes, além de que, se não forem descartadas corretamente podem comprometer o solo, e ainda causar grandes danos à vida marinha, ao atingir os oceanos.
A Ocean Asia, uma organização de conservação marinha, durante uma viagem exploratória às ilhas de Soko, em Hong Kong, confirmou a existência de uma quantidade enorme de máscaras espalhadas pelas praias, e muitas à beira mar, expressando desrespeito humano com o meio ambiente e suas formas de vida.
Os riscos ambientais identificados com a contaminação das águas marinhas: ingestão de máscaras e luvas pelos golfinhos, tartarugas e outros animais marinhos, podendo causar a morte destes ao se prender no sistema digestivo e, como a maioria das máscaras, contém ou pode ser feita de polipropileno, este material não se rompe rapidamente.
Além disso, segundo a organização Opération Mer Prope, da França, a quantidade de máscaras e luvas, juntamente com plásticos e latas, está preenchendo o fundo do mar e o problema da contaminação das águas vem aumentando. Segundo ecologistas franceses, haverá mais máscaras do que água viva no Mar Mediterrâneo e estima-se que até o final de 2020, haverá uma quantidade média de resíduos de 100 mil toneladas.
No Brasil, os setores responsáveis pela limpeza pública tem encontrado uma quantidade enorme de máscaras e luvas descartadas erroneamente em calçadas, praças públicas, canteiros centrais, perto de córregos, podendo atingir o solo ou mesmo lençóis freáticos, o que traria grandes prejuízos ambientais e consequências severas.
Campanhas de conscientização precisam ser feitas para informar a população sobre as maneiras adequadas de descartar luvas e máscaras. É papel do Estado prover meios para isso, investindo em tecnologias e possibilidade de um país mais sustentável.
Independente de qualquer tipo de contaminação o que se resume agora é a prática da empatia, cada um de nós cidadãos devemos nos colocar no lugar do outro, do próximo, do governo, fazendo nossa parte em relação ao descarte correto, principalmente das máscaras e luvas nessa época de pandemia, pois só assim estaremos contribuindo para um meio ambiente saudável e sustentável.
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