Com o objetivo de incentivar a produção artesanal e estimular o empreendedorismo local, a secretaria municipal de Desenvolvimento Social retomou as ações junto à Economia Solidária. As atividades tiveram início no primeiro semestre com a realização de feiras, mas também com a abertura do café solidário.
A secretária da pasta Vilma Spricigo, em entrevista ao Diário do Rio Claro, explica que as feiras são realizadas mensalmente no NAM, toda a segunda sexta-feira do mês, com uma média de 15 feirantes, dentre alimentação e artesanato. As feiras acontecem também em datas comemorativas no Jardim Público. “Iniciamos a feira da Ecosol no Jardim Público agora em dezembro, que continua até dia 23, das 8 às 22 horas. “O evento que organizamos com o objetivo de oferecer espaço para divulgação de empreendimentos solidários e estimular a geração de renda”, explica a secretária.
Além disso, o Centro de Economia Solidária (CES) localizado no antigo prédio da Unesp no Santana, na Rua 10 com Avenida 28, agora conta com um Café Solidário. Inaugurado em julho, o Centro também passou a abrigar a Associação Rio-clarense dos Motoristas Autônomos por Aplicativo (Armapa). Os dois empreendimentos surgiram com assessoramento do Núcleo de Economia Solidária da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Social. “É uma alegria verificar que, num momento de desemprego agravado pela pandemia, Rio Claro está conseguindo oferecer alternativa às ações de empreendedorismo”, observa Vilma.
Para fazer parte da Ecosol, é preciso procurar a equipe no CES para seja feita uma avaliação. “A atividade é avaliada para ver está dentro dos preceitos da economia solidária, que tem o objetivo de uma produção artesanal. Hoje são cerca de 30 pessoas participando, fora as cooperativas, como as cooperativas de coleta de materiais recicláveis.”
Em agosto, o prefeito Gustavo Perissinotto assinou convênio com a Unesp para parceria na elaboração de projetos para a captação de recursos para a Economia Solidária. O convênio também contempla assessoria na referida área. “O objetivo é trazer recursos federais para projetos. Uma das propostas é revitalizar a área de quiosques em frente ao Shopping, o projeto já foi feito e enviado. Também estamos com projetos para recursos a serem destinados às cooperativas de catadores”, esclarece.
MORADORES DE RUA
Um dos grandes entraves da secretaria continua sendo com relação aos moradores de rua. A secretária explica que foi formada uma comissão envolvendo várias secretarias, desde Agricultura para a limpeza de praças e jardins, de Obras para recuperação de espaços, de Segurança, Saúde, entre outras. “Não é um problema somente social, por isso a importância desse trabalho em conjunto. Continuamos o trabalho de cadastro social, averiguando se o morador é da cidade, se quer ser acolhido. Entretanto, segundo os nossos cadastros, de cem moradores de rua, 46% tem residência fixa em Rio Claro, mas não querem voltar para a residência. Mesmo na Operação Inverno, o dia que tivemos o maior número de acolhidos foram apenas 26 pessoas”, explica.
Vilma lembra que, conforme legislação, não se pode intervir no direito de ir e vir dessas pessoas, por isso, no momento uma forma de atuar nesse sentido é ocupar os espaços com atividades, trazer as famílias para os espaços públicos.
Outro detalhe destacado por Vilma é sobre a conscientização da população. “Os moradores de rua já recebem os cartões do Bom Prato para a alimentação, mas ainda assim recebem muitas doações”, destaca Vilma, lembrando que o povo rio-clarense é muito solidário, o que pode estimular a permanência de alguns na situação de rua. A Prefeitura oferece bolsa emprego para os interessados a deixar as ruas. “Porém temos casos de pessoas que vêm de outra cidade pedir esmolas aqui, tem casa e família em outra cidade, mas vem para cá pedir”, revela.
RENDA SOLIDÁRIA
Outra ação que foi consolidada neste ano foi o cartão Renda Solidária. Anteriormente, a Prefeitura distribuía cestas básicas, que foram substituídas pelos cartões, que proporcionam mais autonomia. “Antes eram 300 cestas hoje são 500 cartões por mês. Entretanto, para bairros afastados e distritos, a distribuição de cestas foi mantida, pensando na facilidade do acesso.
Por Vivian Guilherme / Foto Diário do Rio Claro