A consolidação do poder cultural consiste na inversão de valores, na transformação de mentiras em verdades e no convencimento da opinião pública de que tais mentiras são realmente verdades. Este estágio já foi atingido.
É o poder cultural que sustenta o poder político, é também, a sua base e fundação. Conquistar o poder cultural é o primeiro passo para o êxito de qualquer projeto de poder político. E isso leva anos, décadas, senão séculos para que seja feito. E exige o devido preparo de quem se dispõe a fazê-lo, algo que demanda tempo e esforço, estudo e conhecimento. Como a tendência do ser humano é optar pelo que lhe exige menor esforço, o papel da imprensa, do ensino público em todos os níveis e das artes em geral tem sido crucial e decisivo nesse sentido.
A resistência mais eficiente para enfrentar e depor um projeto de poder político já estabelecido é o enfrentamento, com todas as suas possíveis consequências, mas, em se tratando de certos países, esta é uma alternativa já descartada de início, porque a maioria das pessoas destes países, ainda têm a tola ilusão de que alguém ou alguma coisa fará por elas, o que somente à elas, as pessoas insatisfeitas e que desejam mudanças, compete fazer.
E assim, tudo fica como está. Porque os absurdos e o que afronta a moral cristã, que são as mentiras tidas como verdades, com o tempo são assimiladas por uma maioria acomodada, alienada e descrente de si mesma, e vão transformando a sociedade humana naquilo que alguns, em tempos idos, já haviam antecipado, que ela se transformaria. Não é um cenário bonito o que se vislumbra para logo ali. Em verdade, já não tem sido nada bonito, nada promissor, nada que alimente a esperança e a boa-vontade, observá-lo ainda que à distância.
Para que o projeto político se mantenha forte, atuante e intocável, e, portanto, no poder, é preciso manter sob controle e distraída, a maioria insatisfeita. E isto é feito, oferecendo facilidades pueris e criando necessidades que não se justificam, mas que seduzem.
Bem-vindo ao século XXI. Nunca o ser humano esteve tão escravo de suas fragilidades, que alguns espertalhões imorais e dispostos a tudo em nome do poder político, sabem explorar tão bem em benefício próprio e daquelas pessoas que eles representam e servem de joelhos, feito humildes serviçais, sem derramar o sangue alheio e com um sorriso cínico de vitória nos lábios.
Por Geraldo Costa Jr. / Imagem ilustrativa/Reprodução da internet