Quando o ano de 2020 estava para terminar alimentamos a ilusão de que quando 2021 começasse estaríamos saindo da pandemia. Afinal, as vacinas já estavam sendo feitas, e a esperança era de termos acesso a elas rapidamente. Triste ilusão!
Estamos chegando a triste marca de 300 mil mortos! E ainda há quem insista em abandonar o mínimo que tem de razão e negar tudo isso, por pura arrogância ideológica, por desprezo, por falta de humanidade, em nome de defender alguém que também o ilude. Idiotas e cúmplices, é que são! Triste Brasil.
Ideologias de lado, está mais do que evidente que nos resta apenas o momento presente. E estamos sofrendo hoje de uma “nostalgia do futuro”. Daquele futuro que planejamos para este ano ainda e que não será mais possível executar. De um futuro prometido no Réveillon de 2020 para 2021. Cadê? Já sumiu. Temos só o agora para pensar.
Estamos por um triz. Tudo à flor da pele. À mínima provocação, uma fechada no trânsito, uma cobrança indevida que recebemos de alguém próximo, é o que basta nos colocar nervosos, raivosos, muitas vezes com os punhos cerrados e mostrando os dentes. Ainda mais agora, com toda essa incerteza provocada pela pandemia e as notícias que não param de chegar.
É preciso se equilibrar, manter a fé, para quem tem, e esperar. Mas é justamente a espera, filha da impotência diante dos fatos, que nos gera angústia.
Mais do que nunca, apesar de todo medo, de todo desamparo, precisamos nos bancar emocionalmente, sem nos pendurarmos nas digital influencers do momento, no corpo dos sonhos que não existe, na casa, no carro, sem pensar que ser feliz está no quando, mas pode ser hoje, em casa, confinado em quarentena sem saber se continuará com seu emprego, ou mesmo já sem ele. Porque estar assim em casa ainda é infinitamente melhor do que estar em um leito de hospital lutando pela vida. Façamos a nossa parte. É a parte que nos cabe, como gente, como humanos que somos. E quanto aos idiotas, destes a História se encarregará de condená-los.