Diversos estudos apontam para a construção civil como uma das atividades que mais utilizam recursos naturais e, o pior, que mais geram resíduos. Por exemplo, de acordo com Vahan Agopyan, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), a construção civil é responsável pelo consumo de 40% a 75% da matéria-prima produzida no planeta. Essa situação se agrava em países como o Brasil, onde ainda predominam os métodos construtivos tradicionais. Em contrapartida, não faltam opções locais mais sustentáveis, caso do drywall usado para dar forma a paredes e forros.
As chapas de drywall, material também conhecido como gesso acartonado, fazem parte do método conhecido como construção a seco. Trata-se do sistema que menos impactos causa ao meio ambiente, pois, em primeiro lugar, gera uma quantidade de resíduos muito pequena.
“Trabalhar com drywall significa recorrer a um método industrializado de construção. Ou seja, antes de a obra começar, você sabe exatamente quanto material vai consumir. Assim, o desperdício é mínimo. Fora que o entulho gerado é composto por aparas de chapas e de perfis de aço, ambos 100% recicláveis”, detalha Pricila Correali, diretora comercial da Trevo Drywall, fabricante de chapas de drywall e fornecedora de materiais auxiliares para construção a seco.
Na ponta do lápis, os resíduos produzidos durante a instalação de drywall correspondem a 5% do seu peso, número seis vezes inferior ao observado em obras em que se utiliza alvenaria. Vale a pena ressaltar também que a construção a seco, como o próprio nome indica, consome mínimas quantidades de água.
“Ano após ano, temos notado um aumento da preocupação dos construtores com a adequação ambiental dos materiais usados em suas obras. Outro agente relevante é o comprador do imóvel, sobretudo das gerações mais novas, que costuma pautar as suas ações levando em conta a proteção ao meio ambiente”, comenta Pricila, lembrando que certificações internacionais de sustentabilidade na construção, caso da LEED, estão em alta. “Hoje já é mais vantajoso para as construtoras trabalharem com materiais e tecnologias que diminuem o impacto ambiental”, conclui a diretora comercial da Trevo Drywall.
PANDEMIA
Além disso, em meio à pandemia do Covid-19, ações rápidas são vitais para diminuir a velocidade de propagação da doença. A construção em drywall atende a essa demanda, pois permite que sejam erguidas rapidamente paredes e forros, dividindo os ambientes e protegendo as pessoas.
“Para executar 15 m² de paredes, por exemplo, dois instaladores de drywall trabalham durante dois dias. A mesma área feita de alvenaria demanda cinco dias de serviço de dois pedreiros”, calcula Rosângela Arnandes, técnica da Trevo Drywall.
A organização e limpeza, outras características típicas de uma obra feita em drywall, são ainda mais relevantes no cenário atual. “Caso uma família precise isolar um de seus integrantes, é possível adaptar os espaços internos da casa com chapas de drywall para erguer uma área temporária de isolamento. A construção é rápida e limpa, sem quebra-quebra, e não exige que as pessoas saiam de casa enquanto acontece”.
Vale a pena ressaltar também o elevado nível de isolamento termoacústico obtido com o drywall. Mesmo nas tipologias mais simples de parede, salienta a técnica da Trevo Drywall, a isolação é tão boa ou até superior que a da alvenaria, e esse resultado pode ser amplamente potencializado com a combinação entre chapas e materiais isolantes, como as lãs de vidro e de PET.
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