Anúncio feito pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), provocou questionamentos entre a classe de trabalhadores da educação. A partir de 2020, alunos e professores terão quatro períodos de férias durante o ano, são eles: uma semana em abril, duas semanas em julho, uma semana em outubro e 30 dias entre dezembro e janeiro.
As principais mudanças são a redução do período de férias de julho de 30 para 15 dias, e a oficialização de duas semanas de recesso, em abril e outubro – popularmente chamadas de “semana do saco cheio”.
DESRESPEITO
Para a a Apeoesp, a mudança foi um profundo desrespeito aos professores. “Professores também repudiaram por unanimidade durante a assembleia [realizada nessa sexta-feira, 26, no vão do Masp, em São Paulo] o projeto imposto pela Secretaria Estadual da Educação de repartição das férias, quebrando o período de julho e jogando parte desses dias para outras épocas do ano, um profundo desrespeito aos trabalhadores da Educação paulista. A categoria não vai aceitar”, informou ao Centenário.
DISCUSSÃO
O coordenador da campanha nacional pelo direito à educação, Daniel Cara, disse à reportagem que o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, tem se notabilizado em propor mudanças sem apresentar estudos. “Seria importante apresentar os estudos e discutir com a sociedade. Porque ele quer alterar uma tradição. As famílias já se organizam com base nessa tradição. Isso impacta diretamente na vida das famílias e dos professores”, declarou.
DESMOTIVADOS
Para a diretora de escola aposentada Arlete Mariuza Mathias, o governo do Estado deveria consultar a escola e a comunidade para a mudança.
“Particularmente eu penso que se tudo for bem planejado, daria certo, mas temos que pensar que muitos professores da rede estadual que trabalham na particular e municipal. Será que todas as redes seguirão o mesmo calendário?”, questiona.
Ela acredita que o alunos podem gostar da alteração, mas o professores, não. “Os professores estão desmotivados, se sentem fora de toda tomada de decisão por parte dos governantes”, frisa.
OUTRAS MUDANÇAS
Para uma diretora da rede estadual de Rio Claro, que não quis se identificar, a mudança não é positiva. “Teremos muitas limitações. A categoria docente deveria ser consultada. As escolas necessitam de outras mudanças importantes, como a nomeação dos agentes de organização escolar, que até agora não saiu. Estamos em situação crítica, sem funcionários”, pede.