Em 20 de outubro, o calendário de datas relacionadas à saúde é marcado como o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, doença que ocorre quando há um enfraquecimento progressivo da massa óssea, facilitando a ocorrência de fraturas. Nos idosos, pode levar a complicações sérias como dores crônicas, dificuldades para locomoção e diminuição da qualidade de vida, além de fratura em áreas complexas, como o quadril.
Projeções relacionadas à questão, inclusive, são preocupantes: a estimativa, segundo um estudo global da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, divulgado neste ano, é de que os casos de fratura no quadril devem crescer quatro vezes no Brasil. Entre as razões relacionadas ao aumento, estão a falta de tratamento adequado contra a osteoporose para quem já teve uma lesão do tipo e o envelhecimento acelerado da população mundial.
O presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (Trauma), José Octavio Soares Hungria, explica que o risco de morte de pessoas acima dos 80 anos que sofre uma fratura no quadril é de cerca de 50% no ano seguinte ao acidente, em função das complicações. “Um paciente idoso com o quadril fraturado pode sofrer com efeitos paralelos como infecções; doenças cardiovasculares; pneumonia; infecção urinária; distúrbios gastrointestinais; diminuição do fluxo de sangue nos membros inferiores que pode causar trombose, entre outros problemas”, elenca.
Além de ações para evitar a queda de idosos, como adaptação dos cômodos da casa; retirada de obstáculos como tapetes e mobiliário em meio ao ambiente, e uso de calçados adequados, deve-se aliar cuidados com a saúde dos ossos. A osteoporose é uma doença silenciosa, descoberta, boa parte das vezes, no caso de uma fratura.
“A ingestão de cálcio é fundamental para o fortalecimento dos ossos, então é muito importante que, ao longo da vida, seja adotada uma dieta rica em alimentos com cálcio, como leite, queijos e iogurtes; o consumo de verduras de folhas escuras; evitar carne vermelha, refrigerante, café e sal; além de expor-se ao sol de forma moderada e nos horários entre 6h e 11h. Os raios ultravioletas sobre a pele estimulam a produção de vitamina D, que também é fundamental para a absorção do cálcio pelo organismo e fortalecimento dos ossos”, pontua.
Outra medida no combate à osteoporose é realizar, de tempos em tempos, dependendo do sexo e da idade a densitometria óssea, principalmente se houver histórico familiar da doença, fraturas anteriores por trauma leve e idade avançada. “É muito importante que o acesso a esse exame seja facilitado e que as orientações de prevenção sejam reforçadas, porque a questão não se trata apenas de um problema médico, mas também de saúde pública, pois além da mortalidade, tem um custo significativo”, ressalta.
O Manual Brasileiro de Osteoporose: Orientações Práticas para os Profissionais de Saúde, desenvolvido por pesquisadores da Unicamp (Universidade de Campinas) e publicado em 2021, estimou que, no Brasil, o custo anual com a osteoporose seja de R$ 1,2 bilhão, considerando que R$ 733,5 milhões são os custos com a perda de produtividade do paciente acometido pela doença, R$ 234 milhões com custos hospitalares, R$ 162,6 milhões com custos cirúrgicos e R$ 31,9 milhões com tratamento medicamento para a osteoporose.
Foto: Divulgação