Trinta anos depois da criação da cidade de Rio Claro, seria fundado o jornal Diário. Naquele ano, 1886, o município tinha cerca de 30 mil habitantes, a ferrovia havia sido instalada há apenas dez anos e não possuía prefeito – era comandada pelo presidente da Câmara, Cândido Valle. O Brasil se tornaria República apenas três anos depois, em 1889.
Hoje, 135 anos depois daquele 1º de setembro, o Diário do Rio Claro, mais uma vez, chega à casa de seus assinantes e leitores. Tradição passada de geração para geração, o DRC é o único jornal centenário do município e o terceiro mais antigo em circulação no estado de São Paulo, ficando atrás somente do O Estado de São Paulo, fundado em abril de 1875 e do Tribuna do Norte (de Pindamonhangaba), que começou em junho de 1882. A análise é feita com base em levantamento (1995) da Fundação Cásper Líbero.
“O surgimento da imprensa em Rio Claro data dos séculos XIX e XX, quando inúmeros periódicos fizeram parte do cotidiano das pessoas. Mas é em 1886 que começa a era dos jornais diários, a cidade passa, então, a fazer parte do contexto estadual. Sob este aspecto podemos dizer que o município foi pioneiro na região, já que O Diário do Rio Claro foi o quinto jornal a surgir no interior paulista, depois do O Estado de S. Paulo, Diário Popular, Tribuna de Santos e Tribuna do Norte de Pindamonhangaba. A história dos periódicos foi objeto de estudos de historiadores da cidade, caso de Fernando Cilento Fittipaldi, no livro: “A imprensa rio-clarense no século XIX”, à disposição para consulta no arquivo público”, informa o artigo assinado pelos jornalistas e pesquisadores Vivaldo Stephan Jr., Silvia Venturoli, Adolpho Queiroz, Luciana Nicoleti.
Em sua história, o Diário do Rio Claro teve como fundador e primeiro proprietário o Major José David Teixeira que, negociou a compra do semanário com o seu patrão, Dr. Eduardo de Camargo Neves, que estava desinteressado em continuar com o jornal O Tempo, fundado em 1882. Dessa forma, O Tempo passa a se chamar Diário do Rio Claro e ganha periodicidade diária. Após 94 anos sob o comando da família David Teixeira, o Diário passou a integrar em 1981 o Grupo Zanello, sob o comando dos saudosos empresários Geraldo Leonardo Zanello e sua esposa Jacira Russo Zanello.
Registrando a história de Rio Claro
Acontecimentos importantes para o município de Rio Claro mereceram edições especiais, caracterizadas por maior número de anunciantes, que faziam mensagem específica ao fato comemorado. Foi assim em 1977, quando Rio Claro recebeu a visita do presidente da república Ernesto Geisel na comemoração do seu sesquicentenário, visita que começou a ser divulgada pelo Diário em sua edição de 11 de fevereiro daquele ano.
Em 21 de julho de 1971, o Diário fazia inauguração conjunta da Avenida Visconde do Rio Claro e da iluminação a vapor de mercúrio. “O Córrego da Servidão sempre existiu em nossa cidade. Jamais teve serventia, jamais constituiu utilidade para os rio-clarenses. Em 1947, quando Prefeito de Rio Claro o Sr. Benedicto Pires Joly, os serviços de sua canalização foram iniciados, de forma rudimentar. Assumindo a Prefeitura Municipal, o Dr. Álvaro Perin em seu primeiro ano de governo 1969 compreendeu a importância do empreendimento, reiniciando os trabalhos de retificação e canalização do Córrego da Servidão.”
Em sua edição de 21 de janeiro de 1977, uma sexta-feira, o Diário do Rio Claro anunciava para domingo a inauguração do Distrito Industrial: “…o Distrito Industrial, sem dúvida alguma, marca a administração do Prefeito Oreste (Armando) Giovanni como voltada para o progresso e desenvolvimento de Rio Claro…”. O empreendimento marcaria o advento de uma nova fase de expansão do município.
Acompanhando a evolução digital
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Por Vivian Guilherme / Foto: Diário do Rio Claro
