A pandemia do novo coronavírus e as medidas de isolamento social vêm sendo acompanhadas pela ampla profusão de conteúdos sobre o tema. Com isso, crescem também as notícias falsas, prática difundida no Brasil e no mundo nos últimos anos. Neste momento, a população deve tomar ainda mais cuidado tanto para não acreditar em mentiras, quanto para não repassá-las.
As notícias falsas espalham desinformação e dificultam a divulgação de informações e orientações pelas autoridades à população. Diante da preocupação com a pandemia, o cuidado com a verificação para o repasse muitas vezes pode diminuir, aumentando a circulação desses conteúdos enganosos.
Checar informações
Entre as orientações estão duvidar de fontes desconhecidas, buscar orientações nos sites oficiais das autoridades de área, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização Pan-Americana da Saúde, braço regional da OMS, o Ministério da Saúde e as secretarias municipais e estaduais e evitar repassar informações sem certeza, mesmo que venham de amigos ou familiares. É possível também checar em diversas agências ou jornais impressos.
O Ministério da Saúde lançou uma página direcionada a desmentir os boatos. O site desmente inúmeras mensagens falsas, como orientações do órgãos que nunca foram dadas, anúncios de vacinas, formas de prevenção que não funcionam e alegações sobre o vírus, como o fato de ele morrer em temperaturas a partir de 26º.
Guia
O Comitê Gestor da Internet lançou um guia com dicas para manter um uso seguro da Internet, que aborda, entre outros temas, o cuidado com boatos e mensagens. Uma cartilha específica sobre como evitar e combater boatos foi publicada juntamente com o material.
Conforme a publicação, em geral os boatos difundidos apresentam uma série de características: afirmam não ser notícia falsa; possuem título bombástico; têm um tom alarmista, com palavras como “cuidado” ou “atenção”; omitem local, data ou até mesmo fonte (principalmente no caso do Whatsapp); não trazem evidências nem embasamento; colocam-se como únicos a revelar uma informação escondida pelos demais veículos; pedem para ser repassados a um grande número de pessoas e alegam consequências trágicas caso a tarefa não seja realizada; e utilizam URL ou até mesmo design gráfico semelhante a veículos conhecidos.
Punição
As pessoas responsáveis pela difusão dessas mensagens podem ser punidas, como o enquadramento nos ilícitos de calúnia e difamação, além de danos morais. No Brasil, o ilícito relacionado a um conteúdo falso só existe na legislação eleitoral, mas esses outros tipos penais podem ser utilizados.
Hábitos
Na avaliação da organização internacional Avaaz, que atua no combate à desinformação, existe uma “infodemia”, com uma inundação de desinformação nas redes sociais. Exemplos são “lives” em redes como Facebook, Instagram e Youtube, para disseminar conteúdos falsos, além de áudios adaptados para a realidade de cada país.
É o caso, por exemplo, de áudios supostamente atribuídos a autoridades de saúde ou personalidades confiáveis com métodos e curas falsas. “Algumas dessas mensagens podem até mesmo levar à morte em momentos de desespero, mas ainda, a longo prazo, gera uma grande desconfiança nas instituições, resultando em uma ameaça ainda maior às nossas democracias e nossa saúde”, comenta Laura Moraes, coordenadora de campanhas da entidade no Brasil.
Por Agência Brasil / Foto: Divulgação Fake News2