Dia 13 de julho a pauta é garantida: Dia Mundial do Rock. Desde 1985, a mídia noticia a data, ora enaltecendo, ora relembrando e, algumas vezes, lamentando. Trinta e três anos depois da realização do Live Aid, evento que carimbou a data como Dia do Rock, muita coisa mudou. Nesse trajeto, o rock já foi abertura de novela, já dominou as paradas de sucesso, já mobilizou milhões de pessoas em shows como o Rock in Rio e, agora, segue vivo na independência, com bandas que não desistem de fazer soar as guitarras, ainda que as rádios não deem eco aos riffs.
Nesta edição do Centenário, convidamos músicos de bandas de Rio Claro para comentarem o cenário nacional. Confira!
Músicos de Rio Claro responderam à pergunta:
Hoje é o Dia Mundial do Rock, você acredita que há o que ser comemorado?
“Eu estava meio desacreditada com o rock, mas com a banda que estou agora, a Eskröta, estou muito feliz, pois tenho notado que muitas bandas com mulheres estão se inspirando, correndo atrás e tendo mais espaço que antes. Nesse ponto tem muito a comemorar, mas quanto a cena em Rio Claro só tenho a lamentar, falta união entre as bandas.” – Tamy Leopoldo, banda Eskröta.
“É um dia para se reconhecer toda importância não só musical, mas também política que este estilo, nas suas mais variadas vertentes, trouxe para a sociedade.” – Jonathan Faganello, banda Burning Symphony.
“Todo dia é dia de rock! O rock está mais vivo do que nunca, pulsando nas madrugadas e na boêmia. É lá que reconhecemos a agressividade, originalidade e contestação nas letras e riffs.” – Danilo Nicoletti, banda Boneca Sem Braço.
“Eu entendo a importância de ter um dia dedicado a algo, mas a verdade é que o Rock é mais do que um estilo musical, Rock é um estilo de vida. O Rock surgiu do desejo de fugir dos padrões que eram impostos pelo mercado fonográfico. Que esse dia 13 a gente possa trazer um pouco desse inconformismo, e que nos motive a lutar pela mudança que queremos ver no mundo, mas que começa em nós.” – Davi Seligardi, banda Voltare.
“Atualmente, o cenário rock está fraco, mas acredito que é uma data a ser lembrada sim, tanto por aqueles que um dia fizeram o rock ser o que é, quanto por aqueles que ainda batalham no meio indie.” – Elias Antonio, guitarrista.
“Acredito que pela história do rock sempre há algo a ser comemorado, mas hoje em dia está difícil. Depois de Restart não vi algo novo mais na tv, a não ser as bandas antigas fazendo uma apresentação ou outra, mas o underground está muito vivo e correndo o caminho de sempre.” – Piú Meyer, banda Battra.
“Eu acredito que há o que ser comemorado sim, pelas conquistas do rock, o espaço que ele tomou na sociedade, os grandes nomes que fizeram parte, as técnicas desenvolvidas para tocar o estilo em cada instrumento, as bandas que eternizaram o som, enfim, o rock trouxe uma nova forma de viver e acreditar no mundo.” – Tassyane Marize, banda The Pepperies.
“Dia mundial do rock tem quer ser celebrado. O rock é atitude positiva, de enfretamento, direito ao espírito livre e fortalecido. Os desavisados vem com o papo que o ‘rock morreu’. Nem dê ouvidos. O rock NUNCA morre, chefia. Repetem essa baboseira desde os anos 50. Eu penso diferente: a chama está VIVA, o rock é combustível e proporciona o calor da convivência, da fruição artística plena.” – Mario Mariones, banda Garrafa Vazia.
“Acredito sim! O rock não deixará de existir, mesmo que não esteja em evidência nas mídias populares nacionais. Quem consome rock procura por ele e encontra facilmente nas plataformas de streaming que hoje são incríveis!” – Diego Rigolino, produtor musical.
“Acredito que devemos comemorar sim, não pelos tempos atuais onde o rock está praticamente sumindo do mapa e do gosto dos jovens, mas pelo legado de todas as bandas que existiram e fizeram muito sucesso durante sua existência. Depende de nós mantermos essa chama acesa.” – Eder Cardoso, banda Escaras e Hemp Family.
“Comemorado não, mas lembrado pelas conquistas no passado. Vivemos uma decadência em todos os âmbitos da sociedade e na música não é diferente. A maior parte do material produzido é de péssima qualidade que, bizarramente, se torna hit. Vejo o rock como aquele menino que queria mudar o mundo, mas que hoje não passa de um velho cansado, sentado no sofá, esperando pelo seu último suspiro.” – Matheus Pezzotti, bandas Los Corleones e Vide Verso.
“Acredito que sim! O rock surgiu como uma ferramenta de resistência, liberdade, e expressão, tem sido assim desde que surgiu. A pluralidade musical que temos hoje em dia apenas enriquece mais ainda esse estilo musical e vice versa”. Miriam Momesso, banda Eskröta.
“Há uma resistência. Existe rock bom no mundo todo, o que falta é apreciação.” – José Roberto, da banda Zé.