No dia 02 de Fevereiro, é comemorado o Dia Mundial das Áreas Úmidas.
Esta data foi instituída em 1971, decorrente de uma Convenção realizada na cidade iraniana de Ramsar, com o objetivo de estimular os países, organizações, governo, sociedade civil e cidadãos, quanto à importância e necessidade de proteção das áreas úmidas. As zonas úmidas são ecossistemas que apresentam funções importantes no âmbito terrestre, pois auxiliam na absorção de água, promovendo sua armazenagem e liberação ao longo do tempo, purificando a água, filtrando sedimentos, poluentes e neutralizando bactérias nocivas.
Dos exemplos de áreas úmidas temos: manguezais, campos alagáveis, praias (áreas úmidas costeiras), igapós, várzeas amazônicas, veredas, campinarana e a formação do pantanal (áreas úmidas interiores). Ao longo dos anos, a exploração desenfreada dos recursos naturais, o uso inadequado do solo, a poluição do ar e contaminação das águas, bem como, a ação humana para expansão urbana e construção de infraestrutura, desencadearam a diminuição significativa das áreas úmidas do Planeta Terra.
O Brasil apresenta áreas úmidas protegidas, mantendo suas características ecológicas, conservando elementos da biodiversidade, e assumindo processos que caminham para a garantia de proteção das áreas úmidas. Dentre as áreas úmidas brasileiras, classificadas como Sítios Ramsar, temos a Ilha do Bananal (TO), Lagoa do Peixe (RS), Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM), Parque Estadual Marinho do Parcel de Manoel Luz (MA), Reentrâncias Maranhenses (MA), Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal (MT), Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA), entre outras.
No entanto, a maior área úmida continental do planeta, é o Pantanal. Ele ocupa parte dos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Brasil e estende-se pelos países da Bolívia e Paraguai. Estudos apontam a presença de mais de três mil espécies de plantas, e vegetações terrestres e aquáticas e árvores, além de infinidade de espécies de répteis, aves, anfíbios, mamíferos e peixes, sendo imprescindível a sua preservação. Assim as áreas úmidas, devido ao fácil acesso e a riqueza em biodiversidade, favorecem atividades como ecoturismo, bem como auxiliam no controle das cheias por conseguirem armazenar um grande volume de água, e protegem contra os riscos de erosão marinha.
Portanto além destes pontos positivos, estes ecossistemas reabastecem as reservas subterrâneas desempenhando papel fundamental ao futuro de vida na Terra, pois estas regiões úmidas (também denominadas alagadas), respondem pelo sustento de mais de um bilhão de pessoas, a nível mundial, e cabe zelarmos pela sua conservação, evitando também impactos a fauna e a flora. Analisando todos estes benefícios, faz-se mais que necessário, a luta por sua proteção.
Por Éder Rodrigo Varussa – Doutorando em Geografia na UNESP Rio Claro – linha de pesquisa Ensino de Geografia. Mestre em Geografia na linha de pesquisa Territórios, Mutações Econômicas e Políticas Públicas. Especialista em Gerenciamento Ambiental e Sustentabilidade. Bacharel em Administração Empresarial. Educador Ambiental e Presidente da Uneamb- Universo da Educação Ambiental.