Neste dia 15 de outubro, celebramos o Dia do Professor, uma data dedicada a homenagear os profissionais que se dedicam à formação acadêmica, ética e moral de milhares de brasileiros. Entre os que vivem intensamente essa missão está o professor Moacir Rossini, diretor da Regional Rio Claro do Centro do Professorado Paulista (CPP), que carrega mais de 44 anos de experiência em diversas funções dentro da educação.
Para Rossini, ser professor é mais do que transmitir conteúdos. “O professor contribui para a transformação da vida de seus alunos. É uma alegria imensa encontrar um ex-aluno e ver que ele está feliz, realizado e que se recorda com carinho de você, porque seus ensinamentos fizeram a diferença”, comenta. Ao longo de sua trajetória, Rossini atuou como professor, diretor, supervisor e dirigente de ensino, passando por instituições de ensino básico, superior e até mesmo pela Academia da Força Aérea de Pirassununga.
Ele destaca que o magistério permite não apenas a formação acadêmica, mas o desenvolvimento de aptidões e o cultivo de laços que muitas vezes permanecem por toda a vida. Apesar do carinho pelos anos de docência, Rossini observa com tristeza o declínio da valorização da profissão. “Com o passar dos anos, tem se tornado raro ver alguém dizer com entusiasmo que quer ser professor. Isso é reflexo da falta de incentivo e reconhecimento”, avalia o professor, que é licenciado em Matemática e mestre em Educação pela Unesp.
A falta de reconhecimento, no entanto, não se reflete apenas em sentimentos, mas também nas estatísticas. De acordo com o professor Sebastião Mário dos Santos, primeiro secretário da Regional Rio Claro do CPP, o que chama a atenção é o déficit de profissionais na rede pública estadual: “Há mais de 155 mil cargos vagos para professores de Ensino Fundamental e Médio, e para esses, o concurso público em andamento oferece apenas 15 mil vagas. Precisamos de uma política mais efetiva de valorização do professor.”
A ausência de concursos públicos regulares para outros cargos essenciais na educação também preocupa. Segundo o levantamento do CPP, faltam mais de 2.300 diretores escolares e quase 600 supervisores educacionais nas escolas estaduais.
“O governo precisa ouvir o magistério e suas entidades representativas, entender a realidade e não acreditar que a tecnologia resolverá todos os problemas do ensino-aprendizagem. A Secretaria de Educação precisa agir de acordo com as demandas reais da educação”, aponta o professor Sebastião.
Desde 1930, o CPP vem lutando incansavelmente pela valorização dos professores e pela melhoria das condições de trabalho na educação. A entidade tem se destacado como uma voz ativa na defesa dos direitos do magistério, promovendo diálogos com o governo, organizando reivindicações e oferecendo suporte aos profissionais da educação.
Neste Dia do Professor, é fundamental lembrar que essa luta continua, e que o reconhecimento e o respeito a esses profissionais são necessários para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária.
Fotos: Divulgação/CPP