No próximo dia 22 celebramos o Dia do Músico. Após dois anos de pandemia, a comemoração é mais do que válida, afinal, foram os músicos os profissionais que mais sofreram no período, sobretudo, os que vivem da arte e dependem de shows e eventos para o sustento. Entretanto, como profissional que atua diretamente com a criatividade, não foi difícil se reinventar e trazer a inovação para o ofício.
Porém, apesar do período pandêmico ter representado um desafio para os profissionais da música, por outro lado, ele foi o alento de quem estava com os ouvidos atentos, procurando por uma razão, por um sentido maior: foi aí que a música completou os espaços. Em um momento de tristeza, foi a música que consolou, no momento de isolamento, um instrumento musical distraiu, e no momento de alegria, no qual vivemos agora, celebrando o início da retomada, é a música que nos anima.
“A música tem sua importância primeira como linguagem, como manifestação do que há dentro dos seres humanos. Nasceu da necessidade humana de expressar sentimentos, acontecimentos e ideias que, nem sempre, as palavras conseguem transmitir. Linguagem universal capaz de promover a compreensão de todos! Tem o poder de revelar a alma ou de provocá-la. Um misto de matemática e paixão produzida em ondas”, comenta o músico Flávio Guilherme, da JOG Music.
Para o pianista, que nasceu em meio à música e foi criado dentro de uma fábrica de instrumentos musicais, os benefícios da arte são inúmeros. “Podemos dizer que serve ao gozo estético, pois música não serve para alguma coisa, é fruição, prazer, passeio por universos imaginários e possibilidade de extravasar diversas emoções. Do ponto de vista pedagógico e social ela é elemento da cultura e favorece a humanização dos Homens”, declara.
TRANSFORMADORA
O Presidente da Orquestra Filarmônica de Rio Claro William Nagib Filho comenta sobre a importância da música como transformadora. “Os estudantes de música entram num universo de técnica e de conhecimento musical, de experiências incríveis, não só conhecendo os compositores, tendo contato com outros músicos, mas a partir das experiências em orquestra, bandas, corais, se engrandecem, isso faz bem para a saúde mental, saúde física”, avalia.
Do ponto de vista pedagógico, Nagib afirma que aprender um instrumento musical é interessante pois a criança e adolescente aprende “a ter uma disciplina fora do comum, seja para evoluir no instrumento, crescer musicalmente”. “É interessante a evolução pedagógica, social e emocional, pois passam a ter controle, conseguir se posicionar enquanto musicista, quebrando barreiras de timidez, barreiras de introspecção. A gente vê resultados muito interessantes com a musicoterapia e estudo da música.”
William Nagib Filho
“[…] se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntas as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas em cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes.” (Rubem Alves, 2008)
A música faz bem?
A resposta está na saúde e disposição de José Guilherme, fundador da JOG Music. Aos 99 anos, o violonista nunca deixou de tocar, ouvir música e incentivar a prática de instrumentos musicais. Exemplo de vitalidade.
Por Vivian / Foto: Divulgação