Não tem como passar pelo momento que o mundo vive, atualmente, sem sequer por um minuto olhar para eles que estão do outro lado, ou melhor, na linha de frente, arriscando suas próprias vidas para salvar outras e não ter o sentimento de gratidão. Quando o paciente chega para ser atendido ele quer saber o seu problema e, principalmente, estabelecer sua saúde, entregando nas mãos do médico que está ali cara a cara, as suas esperanças. E não espera apenas um tratamento ou um medicamento, ele quer encontrar também um especialista humanizado. E que grande responsabilidade esses profissionais tomam em suas mãos. Para o dermatologista, médico do trabalho e também Diretor Administrativo da Unimed, Luiz Wehmuth Neto, que atua há 39 anos, é preciso ser movido por esta paixão. “A medicina é uma paixão sem limites. Quando você tem contato com a vida de outra pessoa sob a sua responsabilidade o amor cresce, o desejo de curar prevalece sob qualquer pretexto. Assim nasce a vontade de seguir a carreira médica, acima de tudo com determinação”, disse ao Diário do Rio Claro.
O profissional com longos anos de carreira, também reconhece que a fase atual é difícil pela impotência frente ao vírus – invisível e silencioso. “Agora já conhecemos um pouco mais, mas ainda é pouco”, declara.
Frente a tantos obstáculos relacionados ao inimigo invisível ele menciona outro fator que os profissionais precisam driblar. “Sendo difícil enfrentar o incerto, mais difícil ainda é levar à pessoa doente a determinação para que seja curada. O médico precisa ser sempre o mais otimista, o mais determinado para levantar o enfermo, mesmo que a situação seja a mais complicada. Minha filha Chiara, cirurgiã do aparelho digestivo trabalhou por meses na ala Covid da Santa Casa de São Paulo e eu dizia: “Todo dia você põe a cabeça na boca do leão”, observa sobre o atual momento, acrescentando a tristeza das perdas pela doença. “Perder amigos, colegas médicos foi triste, mas não se pode desistir nunca. Precisamos continuar lutando e cuidando, muitas vidas foram salvas e muitas ainda serão”, comenta.
Sobre a atuação diária e a força para os pacientes o profissional destaca que os sentimentos devem ser ocultados se forem de angústia ou tristeza e frisa: “Sempre precisamos irradiar otimismo. Meu principal desejo atual seria uma vacina efetiva e contra a Covid, mas muita coisa precisa ser mudada na política pública de saúde. Os menos favorecidos precisam ter acesso a melhor nível. Não se pode esperar tanto por consultas, por exames, internações e procedimentos cirúrgicos. Não se deve mais morrer por doenças banais e facilmente curáveis. Desejo que todos tivessem acesso ao que há de melhor e mais moderno na Medicina”, ressalta.
DATA
No dia 18 de outubro é comemorado o Dia do Médico, um profissional responsável por cuidar e promover a saúde de toda a população. Essa data foi escolhida em referência ao Dia de São Lucas, o santo padroeiro da Medicina.
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