No dia 18 de outubro é comemorado o Dia do Médico, um profissional responsável por cuidar e promover a saúde de toda a população. Essa data foi escolhida em referência ao Dia de São Lucas, o santo padroeiro da Medicina. E pelo segundo ano enfrentando o inimigo invisível – como definem o coronavírus – estar na linha de frente se tornou uma responsabilidade ainda maior e trouxe novamente um olhar diferente para este profissional que tem arriscado a própria vida para cuidar e salvar a de milhares de pacientes.
De acordo com uma pesquisa divulgada em julho de 2020, realizada pelo instituto Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), os médicos foram os profissionais com maior credibilidade em 2020 por parte dos brasileiros, com 35% de confiança da população. Os dados coletados pelo Datafolha a respeito dos médicos mostram ainda que 57% dos brasileiros avaliam como ótimo ou bom o trabalho médico, índice que sobe para 77% quando perguntados especificamente da atuação desse profissional no período da pandemia.
Ao longo de 2021, com trabalho ainda mais árduo, eles também puderam sentir ainda mais a importância de seu papel na sociedade. “O ano foi muito benéfico aos médicos, ele voltou a mostrar a importância dessa pessoa na sociedade. Tivemos várias famílias que perderam seus entes queridos e várias famílias que receberam eles de volta, graças aos médicos. Tive médico que passou semanas no hospital sem ir para casa para poder salvar vidas, cumpriram sua obrigação”, destacou o médico José Martiniano Grillo Neto, diretor presidente da Unimed Rio Claro, ressaltando que a o índice de óbitos no Hospital Unimed de Rio Claro durante a pandemia é um dos menores no estado de São Paulo.
“Graças à dedicação desses profissionais. Chegamos também a quase 150 mil pessoas vacinadas. O médico ressurgiu a sua importância neste ano, não é de ser médico é de poder ajudar a comunidade. Perdemos alguns médicos queridos, inclusive o doutor Tadeu que era meu amigo, mas colocamos outras pessoas, em situações muito piores em casa, eles sabem que ficaram entre a vida e a morte, mas graças a esses médicos colocamos eles em casa. Eu sei da dedicação desses profissionais”, salientou Dr. Grillo.
A Unimed Rio Claro é composta atualmente por 171 médicos e mais 52 credenciados. “A saúde tem custo, mas tem uma coisa muito mais importante que é a dedicação. É a gente tentar fazer o melhor, pode ser que a gente não resolva tudo, mas o médico mostrou que seu papel é fundamental na sociedade, como todos são, acho que a gente não pode menosprezar as profissões, mas o médico que vinha no esquecimento, esse ano ele foi lembrado”, observa.
“Que eles permaneçam com a dedicação que tiveram esse ano que foi muito mais acima da expectativa de todo mundo e a gente pode mostrar para a cidade o nosso papel e compromisso do nosso juramento, que é principalmente dedicar a essa cidade a qualidade que ela precisa. Agradecemos a todos esses profissionais.”
A união dos profissionais em todo o mundo
Na linha de frente, a cardiologista Kellen Cristina Guedes Machado, da Santa Casa de Rio Claro, que sonhava desde criança atuar na medicina, relata um pouco do sentimento quando o mundo constatou a gravidade da pandemia. “Nossa missão é salvar, é cuidar, então, o início da pandemia foi muito difícil, porque não sabíamos com que tipo de vírus estávamos lidando e contra o que exatamente estávamos lutando. Senti que naquele momento os médicos se transformaram num único corpo clínico, em todos os hospitais, de todos os países. E foi essa energia que nos moveu por todo esse período. Cada novo procedimento aplicado que levava de volta um paciente para casa, era para nós uma alegria, quase impossível de explicar”, salienta a médica sobre o alívio a cada paciente recuperado.
A plena consciência desses profissionais e que a população também deveria ter, até mesmo para contribuir, é de que a pandemia ainda não acabou. “Foram dias de luta, que ainda não terminaram, mas, que me deixaram ainda mais convicta de que fiz a escolha certa quando decidi pela medicina. Quero em nome da Santa Casa parabenizar e agradecer todos os colegas de profissão”, ressalta a médica Kellen Cristina Guedes Machado.
Um período desafiador para a profissão
A médica oftalmologista Isabele Leone Valença, da rede Amor Saúde, destaca que ser médico em tempos de pandemia está sendo um período desafiador; não só para os profissionais da saúde, mas para a população em geral. “A covid-19 afetou nosso estilo de vida e tem provocado grandes polêmicas filosóficas e bioéticas, colocando em xeque o conceito de liberdade individual. Mas a bravura e o comprometimento permanente com a vida que nós profissionais de saúde temos, mediante tantos riscos e dificuldades, talvez seja o que nos dá coragem de enfrentar o momento com muita fé, esperança, força e dedicação.”
Para a profissional, a crise que pôs o planeta em suspenso, deixou marcas profundas na humanidade, trouxe ensinamentos e mudou comportamentos dentro e fora do ambiente hospitalar, mudando comportamentos mundiais. “Não sou profissional de linha de frente, sou oftalmologista e falo que para realizar atendimentos com segurança e em concordância com a Anvisa e Conselho Brasileiro de Oftalmologia, tomamos algumas medidas para nos adaptarmos a esta nova realidade: uso de álcool e máscara, espaçamento nos horários de agenda, álcool gel disponível pela clínica toda para pacientes, acomodação dos pacientes de maneira a manter a distância de segurança recomendada, dentre outras medidas.”
“Com a ajuda da ciência, da medicina, da vacinação e com a união de todas as vontades, o Brasil está vencendo essa pandemia. E para finalizar gostaria de deixar meus parabéns a todos os médicos e médicas pelo seu dia”, conclui Isabele.
Por Janaina Moro/Vivian Guilherme / Foto: Divulgação