Uma Floresta no quintal de casa. É assim que os rio-clarenses podem se sentir. E desde 1909, quando foi criado o Horto Florestal. O local, que se tornou a Floresta Estadual Edmundo Navarro, possui uma área de 2.230 hectares e recebe centenas de visitantes para passeios e atividades físicas.
Apesar de reivindicações para que o local seja melhor preservado por parte das autoridades competentes e por quem faz uso, continua sendo uma ótima opção para quem procura um lugar tranquilo e com paisagens inesquecíveis. “A Floresta e sua biodiversidade desempenham um papel crucial no equilíbrio ecológico do planeta e melhoria da qualidade de vida das populações. A importância se revela na magia que ela causa também.
É fundamental para existência da vida biológica, mantém a temperatura do planeta, e desempenha importância para qualidade de vida. Para valorizar e preservar, precisamos de uma mudança de cultura, desenvolvendo ações práticas de respeito e educação para as próximas gerações”, avaliou o Secretário de Meio ambiente de Rio Claro, Ricardo Gobbi.
Um pouco de história
Edmundo Navarro de Andrade teve sua residência no horto florestal, fazendo do local centro de diversas pesquisas sobre o eucalipto, onde foram arquivados os resultados de seus trabalhos, dando origem ao Museu do Eucalipto em 1916. No final do século XIX, havia uma escassez de matéria-prima para manutenção e construção de ferrovias.Com o intuito de suprir a demanda de madeira para dormentes e carvão, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro criou hortos florestais em diversas cidades do interior paulista.
Dentre eles, o de Rio Claro, em homenagem a Edmundo Navarro de Andrade que, em 1914, trouxe da Austrália 144 espécies de eucalipto. A partir de 2002, o antigo Horto Florestal Edmundo Navarro de Andrade foi classificado na categoria de Floresta, que visa o manejo sustentável dos recursos, a pesquisa e a visitação pública, tornando-se a FEENA (Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade).
Desde 1999, Rio Claro conta com a Associação Amigos do Horto Florestal (AAMHOR) com ações voltadas ao foco cultural e ambiental. Para o Presidente Miguel Madalena Milinski, o local não é tão valorizado quanto a sua relevância. “Para o cidadão, a floresta deveria ter maior pertencimento, no sentido de proteger e cuidar, existem muitos descartes de resíduos sólidos, caça, incêndios”, avaliou.
A Associação, que vai completar 20 anos, atua também como membro dos Comitês PCJ e mantinha a sede dentro da Floresta até este ano. Segundo o presidente, a casa que foi recuperada pela AAMHOR foi devolvida a pedido da Feena. “Cederam imóvel e nós recuperamos, já que é um imóvel tombado e, depois desse tempo todo, solicitaram de volta.
Alegaram diversos fatores, mas nós acreditamos que estão fazendo esses processos de retiradas para uma possível concessão. Não somos contra as concessões, parece que seria o único caminho. Mas uma concessão sustentável, que contemple tudo, ou seja, área econômica, social e ambiental. Vamos fiscalizar”, disse.
No Brasil, está ainda a maior Floresta Tropical do mundo, com uma das mais importantes reservas genéticas de fauna e flora: a Floresta Amazônica. Está presente nos seguintes estados: Amazonas, Amapá, Rondônia, Acre, Pará e Roraima. Apesar da grande importância, sofre com desmatamento ao longo das décadas.
Outra referência para o Brasil, a Mata Atlântica ocupava mais de 1,3 milhões de km² em 17 estados do território brasileiro, estendendo-se por grande parte da costa do país. Porém, devido à ocupação e atividades humanas na região, hoje resta cerca de 29% de sua cobertura original.
Mesmo assim, estima-se que existam na Mata Atlântica cerca de 20 mil espécies vegetais (35% das espécies existentes no Brasil, aproximadamente), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas de extinção, conforme dados da Secretaria de Meio Ambiente.