O 12 de outubro é muito esperado pelas crianças, já que este dia é, também, voltado a elas.
Trata-se de uma data, além do aniversário e do Natal, em que a expectativa por parte dos pequenos é grande em virtude do tão desejado presente. Mas, muitas vezes, dúvidas quanto ao presente ideal costumam pairar na cabeça dos país, avós, tios, padrinhos. Qual o presente tido como propício e que irá agradar? As opções são muitas, conforme a faixa etária. Com o advento da tecnologia, os celulares, tabletes e outros passaram a ocupar uma boa parte da preferência dos que esperam ser presenteados no próximo dia 12.
Porém, esses presentes são realmente uma boa alternativa? O Diário do Rio Claro procurou por uma psicóloga (que, antes de ser profissional, é mãe) para que pudesse esclarecer a respeito. Aline Garcia, psicóloga formada em 2003 pela Uniararas, e que estuda psicanálise pelo CEFAS, além de atuar em consultório particular e integrar a equipe do NASM (Núcleo de Atenção à Saúde Mental) da Unimed Rio Claro, falou à reportagem. Para ela, não há problemas em presentear as crianças com aparelhos eletrônicos. “Podemos, sim.
Mas, como todas as dúvidas que envolvem uma criança, o que é certo ou errado? É importante salientar que até mais ou menos os sete anos – considerando individualidades, é claro –, as crianças encontram-se na fase de constituição de sua personalidade e caráter. Assim, toda e qualquer influência pautará suas atuações por toda a vida.
Assim sendo, fica claro que é dever dos pais orientar e se envolver o máximo possível em todos os assuntos e atividades as quais as crianças estejam envolvidas e, sobre o uso de mídias diversas, não seria diferente”, explica Aline. “Limites, conteúdo, objetividade, valores inseridos. Tudo isso deve passar por análise de um adulto responsável, inclusive, como ferramenta de interação entre ambos, dialogando a respeito.
Há muito material bom a ser explorado na internet e as crianças não só podem, como devem fazer uso, mas sem esquecermos que elas ainda não têm maturidade psíquica suficiente para discernir o que é apropriado ou útil ao seu desenvolvimento. Esse papel é dos pais ou responsáveis e, estes, não devem delegar à internet e mídias a função de educadores, babás e conselheiros. Isso sempre será função dos pais e das pessoas que amam esses seres preciosos que são as crianças”, finaliza a profissional.
Quais outros presentes podem agradar as crianças?
Para a professora Ilara Bellan, psicopedagoga, alfabetizadora, “screener” (rastreadora) da Síndrome de Irlen, que atua com crianças e adolescentes que apresentam dificuldades ou distúrbios de aprendizagem como dislexia, déficit de atenção (TDAH), disgrafia e disortografia, os brinquedos são considerados importantes no processo de aprendizagem da criança. Eles auxiliam no desenvolvimento cognitivo e motor e o momento de seleção é de extrema importância.
“Segundo pesquisadores, nem sempre a idade sugerida na embalagem do brinquedo condiz com a capacidade motora e cognitiva da criança. Daí a importância da observação feita pelos pais, professores e educadores. Lembrando sempre que o bom brinquedo deve ser explorado da melhor forma possível. Um dos princípios da Declaração Universal dos Direitos da Criança diz que ‘toda criança tem direito à alimentação, habitação, recreação e assistência médica’. Sugere-se que toda pessoa, em especial pais e profissionais que fazem parte da formação de uma criança, tenha em mente o quanto é importante repensar a forma de apresentar, oferecer, ou proporcionar certo brinquedo ou uma brincadeira à criança, avaliando o que poderá lhe acarretar”, explica.
A professora Ilara, ao Centenário, deu algumas sugestões para melhor presentear nesse Dia das Crianças: para os pequeninos, brinquedos de empurrar, puxar, organizar, encaixar e livros com gravuras grandes para a criança ver e o adulto contar a história; para as crianças de seis a oito anos, Lego, quebra-cabeça, jogos de tabuleiros e livros com textos pequenos e gravuras atraentes; a partir dos oito anos, jogos de tabuleiro com regras, Lego e livros de contos, fábulas e aventuras. Aos pais e educadores, a professora deixou uma mensagem: “não critique ou elogie demais o seu filho, pois, tanto um como o outro, é prejudicial para o desenvolvimento da criança”.