Casa, trabalho, vida pessoal. Filha, esposa, mãe, profissional.
Ufa! Dá um cansaço em pensar em tanta coisa que a mulher se desdobra para realizar. Bom, tudo isso não faz parte apenas da atualidade. No passado, tudo isso acontecia também, porém, hoje em dia, a pressão e a cobrança parecem ser maiores. Nesta condição, em meio a milhares de mulheres, está a psicóloga e analista de recursos humanos da Unimed, Leila Becaro Camargo, 39 anos, casada e com dois filhos: Miguel, com cinco anos, e Cecília, de um ano.
Para a rotina sair como o esperado, evitar conflitos e estresse, a contribuição em casa faz toda a diferença. Leila conta que divide as tarefas com o esposo. De manhã, preparam as crianças para a escola. Em seguida, ela segue para o trabalho. No retorno, busca os filhos, o que é feito também pelo marido em alguns dias.
À noite, se dividem para o preparo do jantar, banho das crianças e colocá-las para dormir. “Em casa, as responsabilidades e tarefas são mesmo compartilhadas. Claro que tem alguns momentos que são da mãe: o colo, quando o filho está triste, doente, enciumado e que é uma delícia”, conta.
E como mãe, claro que ela também carrega um sentimento presente na vida da maioria das mulheres: a tão inimiga culpa. “Muitas vezes, nos sentimos frustradas por não ter conseguido brincar um pouco mais com o filho ou por não ter conseguido dar a atenção necessária que o marido estava contando, mas temos que nos liberar dessa culpa e termos certeza de que estamos fazendo o melhor possível”, salientou.
Com este pensamento, ela consegue aliar a vida pessoal com a profissional, atuando há 18 anos na área de RH, sendo 11 na Unimed. Escolheu a psicologia por sempre gostar das relações humanas. Diz estar feliz e satisfeita na carreira. Apesar de ainda muitos impasses para as mulheres no mercado de trabalho, Leila disse não ter enfrentado situações desfavoráveis em sua trajetória.
“Entre as empresas em que já atuei, não senti dificuldades ou preconceito por ser mulher. Na Unimed, temos mais de 80% de mulheres compondo as equipes, inclusive em cargos de alta e média liderança. Isso nunca foi visto como um problema para a cooperativa”, afirmou a psicóloga.
Infelizmente, uma realidade não vivenciada pelo público feminino, porém, a profissional destaca que ações são desenvolvidas para valorização. “Sabemos que existe no mercado de trabalho muitas desigualdades e preconceitos em relação à contratação de mulheres e até mesmo no crescimento das mesmas dentro da empresa. Sei que a realidade vivida dentro da Unimed ainda não é a da grande maioria.
No entanto, entendo que há um movimento importante nas áreas de gestão de pessoas em valorizar as competências comportamentais no momento de uma contratação e promoção do colaborador e, nisso, as mulheres, muitas vezes, possuem um diferencial”, ressaltou.
Em outro âmbito, uma preocupação que deveria receber mais atenção dos órgãos públicos. “A questão da violência contra as mulheres é muito séria e, assim, tem que ser olhada pelas autoridades competentes. Além de leis mais rigorosas, é necessário garantir que as mesmas sejam cumpridas de fato. Muitas vezes, as mulheres não denunciam porque não se sentem seguras de que terão o apoio necessário”, analisa.
Além de todas as tarefas, Leila procura estar bem informada dos direitos e obrigações. “Enquanto mulher, meu posicionamento de igualdade com o homem deve ser o mesmo no trabalho e fora dele. Quando falo de igualdade, é em relação aos direitos e deveres, pois sabemos que na essência, nas emoções, homens e mulheres são diferentes (ainda bem!)”, salientou.
Enfim, ela faz parte da população feminina atual que chega a quase 10 milhões de mulheres em todo o país. Fácil? Não, mas elas conseguem. “Realmente, conciliar tantos papéis não é tarefa fácil, mas os filhos e a casa não são só responsabilidade da mulher, e é dessa forma que precisamos nos posicionar em nossos relacionamentos”, afirmou.
OLHO: “Na Unimed, temos mais de 80% de mulheres compondo as equipes, inclusive em cargos de alta e média liderança. Isso nunca foi visto como um problema para a cooperativa”, disse a profissional