Apesar de mais de 50% da população de Rio Claro ser composta por mulheres, segundo dados do IBGE, a representatividade na política ainda é muito baixa. No último pleito da Câmara Municipal, apenas uma mulher foi eleita, a vereadora Carol Gomes, que está em seu segundo mandato. Além de ser a única mulher da Câmara é também a mais jovem da atual composição, com 30 anos. “A mulher tem que ocupar os espaços. Seja no trabalho, na política, na vida. E isso somente nós mulheres podemos fazer por nós mesmas. Estudando, se preparando e entrando nos cargos de chefia e de comando, mostrando que não existe diferença entre os sexos, já que, o que existe é competência”, salientou.
A vereadora que sempre foi atuante na política, desde muito cedo, diz que foi bem recebida, porém destaca que os obstáculos existem. “Tenho percebido que é difícil para alguns homens receberem qualquer tipo de orientação ou até mesmo ordem de uma mulher. Também desde o início do meu ingresso na política tive algum enfrentamento pelo fato de ser a mulher mais jovem da Câmara”, observa.
Carol Gomes avalia com uma grande responsabilidade ocupar o cargo e ser a única mulher no legislativo de Rio Claro. “Mas é um compromisso que assumi como vereadora. Lutar por cada mulher do município e por cada cidadão, buscando sempre uma cidade melhor.”
Sobre Políticas Públicas, a vereadora destaca que são necessários mais incentivos para as mulheres ingressarem em profissões que são consideradas masculinas. Inclusive com salários paritários. Também entende que é preciso melhorar as políticas públicas de saúde na parte obstétrica, com parto humanizado, além da saúde mental. “Importante destacar ainda que de cada cinco mulheres, três já sofreram abusos em relacionamentos, os chamados relacionamentos abusivos. Ressalto também que a delegacia da mulher foi uma grande conquista. E estou na luta para ampliar o horário de atendimento para que ela se transforme em 24 horas”, salienta sobre os projetos.
Ainda sobre as questões de combate a violência contra a mulher, a vereadora tem articulado com o prefeito Gustavo Perissinotto para que seja implantado em Rio Claro o Botão do Pânico. “Vale destacar que a Lei foi criada pelo vereador Val Demarchi na administração anterior e que não foi colocada em prática. Essa é uma importante ferramenta para mulheres que foram agredidas. Estamos trabalhando juntos na articulação para a implantação definitiva desse dispositivo. A Lei 5072 de 16 de agosto de 2017, autoriza o executivo municipal a criar o ‘Programa Botão do Pânico’, que distribuiria o dispositivo a mulheres com Medida Protetiva. A determinação da necessidade do uso do dispositivo, segundo a lei, cabe ao Poder Judiciário e, em caso de emergência, à Delegacia da Mulher. O botão ao ser disparado acionaria um alarme que tocaria na Unidade Policial ou Guarda Civil Municipal mais próxima, que deslocaria uma viatura”, explica.
Sobre a “Semana da Mulher” a vereadora Carol, que está à frente da organização, avaliou o atual momento e decidiu pelo adiamento. “Tínhamos preparado uma programação com mais de 50 atividades para o mês da mulher com muita informação, temas diversos. Mas adiamos em respeito à situação do município, que já está sem leitos e um evento como este, mesmo que de forma virtual, iria ter um custo. Acreditamos que neste momento todo o recurso deve ser direcionado para a saúde”, ressalta.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação