O mês de Dezembro é aquele que todo mundo, naturalmente, demonstra o melhor de si. Poderia ser o ano inteiro. Mas ainda não é. Em termos de civilidade e moralidade, temos muito a caminhar. Boa intenção não falta. Já é um bom sinal que nos dá esperança de que, tempos melhores, estão logo ali, virando a esquina da vida.
Problema é que algumas vezes, a gente vira a esquina da vida, e se depara com uma rua sem saída. O que nos resta então? Voltar? Mas o tempo não volta. É como a pedra atirada, não volta. Pode vir outra pedra em nossa direção, e a isso se dá o nome de conflito, mas aquela pedra que atiramos contra alguém, alguma coisa, não volta.
E geralmente faz estragos. Neles, que são o nosso alvo, e depois, com a maturidade que vamos adquirindo, em nós, mais exatamente, em nossa consciência. Então, melhor não atirar pedra nenhuma. E as que chegarem até nós, façamos com elas um castelo de aprendizado e esperança, tão alto e tão consistente, que será uma fortaleza a nos proteger.
E nesses tempos, é preciso mesmo ser muito forte. Não aquela força que se adquire com exercícios físicos. Mas, a força espiritual, forjada nas decepções, nas lágrimas, nos fracassos e nas traições que a vida nos impõe, não porque é madrasta ou tirana, mas, sim, professora, que deseja nos ensinar.
Se tivéssemos de fato, e não temos, uma visão espiritual da vida humana, tomaríamos os reveses da vida, como forma de aprendizado, embora difíceis, e que muito exige de nós, mas é o único modo de nos fortalecer e nos aperfeiçoar moralmente.
Em Dezembro, comemoramos o Natal, como se o aniversariante do dia 25 fossemos nós. Longe disso. Embora, evidentemente, algumas pessoas, comemorem o aniversário no dia 25 de dezembro. Conheço uma. Minha querida prima Maria Alexandra. Parabéns, meu anjo de bondade, te amo!
Mas é também hora de fazer listas de presentes e de boas intenções. Não sei se resolve. Sinceramente acho que não. A letra, tanto quanto a fé, sem obras, é morta.
De minha parte, não consigo mais sentir aquele clima gostoso e fraterno desse período que antecede o Natal. A magia que parecia envolver esses dias, parece não existir mais. As pessoas dedicam muito do seu tempo para enviar e receber mensagens pelo celular. Parece que cada ser humano tornou-se uma ilha inóspita e inatingível em si mesmo. A tecnologia, mal compreendida em sua importância, e mal utilizada, afasta as pessoas ao invés de uni-las.
O nosso amado Brasil também não ajuda. Todos os dias somos bombardeados com péssimas notícias sobre política e violência. E quando não, com suposições acerca do nosso destino enquanto viajantes dessa imensa embarcação estelar chamada planeta Terra, que sempre está ameaçado, segundo dizem alguns profetas da atualidade, por uma destruição iminente que, sai ano entra ano, jamais se confirma. Ainda bem.
Se algo podemos fazer de melhor nesses dias de dezembro, que, alguns, encanta, e outros, tanto incomoda, é prestar mais atenção, na mensagem de esperança trazida pelo principal aniversariante do dia, e conhecida mundialmente. Ela tem uma única finalidade: nos tornar pessoas melhores.
E nos oferece uma proposta de vida audaciosa para os nossos padrões toscos de moralidade, embora possível, que é nos tornarmos pessoas melhores, através do amor que todos temos em nós. O amor talvez não cure o corpo, mas, a alma, que é o que somos, certamente. O amor, talvez, não nos dê riqueza material, mas certamente, nos dará riqueza espiritual, e a maior de todas, é a paz que tanto necessitamos para seguirmos em frente.
O Natal nos chama à renovação de nossos pensamentos e atitudes, e o ano que se finda, se transforma em experiência adquirida que certamente nos será útil mais adiante, se soubermos compreender o aprendizado que a vida sempre nos oferece. Feliz Natal a todos da família Diário e aos nossos queridos leitores! Voltamos a nos encontrar no dia 27. Até lá!