Na manhã dessa quarta-feira (13), dois atiradores invadiram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano-SP, e abriram fogo contra alunos e funcionários da instituição.
O massacre ocorreu por volta das 9h30 e deixou cinco alunos e duas funcionárias mortas.
De acordo com informações da polícia, depois da ação, um dos assassinos matou o comparsa e depois se matou.
Os atiradores foram identificados como Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos (que teria matado o comparsa), e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos.
Os alunos assassinados tinham entre 16 e 17 anos. As duas funcionárias da escola tinham 38 e 57 anos de idade.
VIOLÊNCIA
Antes de começarem o ataque na escola, os dois criminosos atacaram Jorge Antonio de Moraes, de 51 anos, que era o tio do atirador Guilherme Taucci Monteiro, em um estacionamento nas proximmidades do estabelecimento escolar. Jorge foi socorrido e levado ao PSM de Suzano e transferido ao HC/FMUSP, onde foi a óbito.
Na sequência, os assassinos estacionaram o carro em frente à escola e entraram com tranquilidade. Vídeos tentam reconstruir os momentos do ataque. Em um deles, um dos atiradores, ainda na recepção do colégio, atira à queima roupa em funcionárias. Em seguida, o comparsa entra na escola e ataca, com o que pode ser um machado, a cabeça das vítimas caídas.
ASSASSINOS
Os dois assassinos eram ex-alunos da Escola Estadual Raul Brasil e conforme disse o secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires de Campos, não se sabe a motivação do crime.
Veja a lista com os nomes dos mortos no massacre
- Marilena Ferreira Vieira Umezo, coordenadora pedagógica.
- Eliana Regina de Oliveira Xavier, agente de organização escolar.
- Kaio Lucas da Costa Limeira, aluno.
- Cleiton Antonio Ribeiro, aluno.
- Caio Oliveira, aluno.
- Samuel Melquíades Silva de Oliveira, aluno.
- Douglas Murilo Celestino, aluno.
- Jorge Antonio de Moraes, comerciante, morto antes da entrada dos assassinos na escola; ele é tio de Guilherme, um dos assassinos.
Jornal afirma que os atiradores planejavam crime há um ano e meio
Conforme informação da Folha de São Paulo, atiradores planejaram o ataque em escola por um ano e meio. De acordo com o jornal, a informação foi confirmada em sigilo por uma fonte policial. “Luiz Henrique de Castro, 25, e Guilherme Taucci Monteiro, 17, conversaram sobre o ataque por meio de mensagens de texto. O teor das conversas não foi informado”, escreve o matutino.
O jornal afirma ainda que uma das linhas de investigação da Polícia Civil é a de que o tio de Guilherme tenha descoberto o plano da dupla e, por isso, os criminosos teriam feito uma “queima de arquivo”.
Outras linhas de investigação não foram esboçadas.
A polícia acrescentou à publicação que as armas usadas no crime foram compradas por Monteiro, com o dinheiro que recebeu de um carrinho de cachorro-quente onde trabalhava. O valor das compras e onde foram feitas é verificado pela polícia.
Já o carro usado pela dupla de criminosos, um Onyx branco, foi alugado por Castro, segundo nota da Localiza, em 21 de fevereiro, com devolução prevista para o dia 15 deste mês.
Diretor da UDAM, Adriano Marchi defende reestruturação da sociedade para que eventos como este não se repitam

Reflexão. Diretor da UDAM, Adriano Marchi sugere reflexão da sociedade
O advogado e diretor da UDAM, Adriano Marchi, defende profunda reflexão e avaliação das reais causas do massacre. Ele diz que é preciso reestruturar a postura básica da sociedade e do poder público para que tragédias como a de Suzano não ocorram. “O modelo aplicado está fadado ao fracasso e o final, nesse caso, é a cadeia ou o cemitério”, enfatiza.
Essa reestruturação citada pelo advogado é a revisão da postura em redes sociais e fusão da postura nas áreas da educação, desenvolvimento social, cultura, segurança, entre outras. “Pois está tudo dentro de uma rede. Devemos reajustar as engrenagens para melhor funcionamento e melhor resultado.
Isso tudo é resultado do quadro que vivemos. Penso até que tudo começa na família, nos limites delineados aos filhos e no acesso às redes sociais que hoje coloca o indivíduo no mundo, literalmente, e sem qualquer obstáculo. Imagina um jovem desestruturado e com um ‘click’ tem o mundo desenfreado o instruindo”, analisa.
Por fim, Marchi destacou que a ideia pode ter surgido da internet, mas passou despercebida pelo núcleo social dos atiradores, como familiares, instituições de ensino, entre outros.