O Diário do Rio Claro recebeu neste sábado (3) a visita da deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB), candidata ao Senado Federal por São Paulo. Janaina, que foi a deputada mais votada do país em 2018 com mais de dois milhões de votos, esteve na cidade e passou pela redação do DRC acompanhada do vereador Moisés Marques (Progressistas).
Sua área de atuação como parlamentar foca nas áreas de educação, saúde e segurança pública. Uma das pautas defendidas pela advogada e professora de direito, é o dar direito de escolha às mães para optar pela cesariana ao invés do parto normal quando atendidas na rede pública de saúde. Projeto de lei de sua autoria foi aprovado na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (Alesp) em 2019. “Na rede privada a mulher escolhe se quer parto normal ou cesariana, na rede pública tem uma imposição para ser normal e essa mulher não tem direito a analgesia. Eu tenho visitado maternidades de várias cidades para saber como funciona, porque os bebês morrem desnecessariamente. Eu cansei de ver casos como advogada. Eu prometi dentro de uma sala de audiência, que eu ia combater isso. Meu segundo projeto virou lei e mesmo sendo lei vigente no estado de São Paulo, tenho dificuldade de fazer com que ele seja cumprido”, afirma.
Deputada regional
Janaina já esteve em Rio Claro em outros momentos, mas como deputada é a segunda visita. “Sou uma deputada crítica, no sentido de não votar projeto ruim para ter apoio do governo. Eu trabalho com os recursos previstos em lei, que são as emendas impositivas, então isso gera muita frustração. O que eu procuro explicar para a população é, primeiro, os meus votos elegeram 15, com certeza esses deputados todos puderam contemplar mais cidades, mais projetos, do que eu isoladamente. Além disso minhas pautas beneficiam o coletivo, o estado inteiro, nunca me apresentei como uma deputada regional”, disse.
Fim da cracolândia
A deputada salientou o grande desafio do trabalho para acabar com a cracolândia na capital. “Não é possível que na capital mais rica da América Latina, nós convivamos com a cracolândia e que agora estão exportando a cracolândia para outras cidades. Eu defendo primeiro parar com a coisa de que o morador da área, o trabalhador não tenha direito a voz. A maioria das pessoas que estão ali, é por problema de drogadição, os traficantes vendem ali. O que defendo é que as forças de segurança não podem compactuar com isso. Eu fui conversar com o secretário de Segurança, com a Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Civil. Os guardas estavam adoecendo porque tinham que ficar assistindo e não podiam fazer nada, porque se tomam qualquer medida, aí vem ONG, associação, dizer que estão violando os direitos fundamentais, e a pessoa que mora ali fica vendo a venda e o consumo de drogas. Tem que prender, tem que ser preso, e tratar quem tem que ser tratado. Tem que olhar para esses moradores e trabalhadores como sujeitos de direitos”, observa.
Pediatras nas unidades
Outro projeto que a deputada tem defendido visa garantir pediatras. “Para que as crianças que são atendidas na rede pública de saúde sejam vistas pelos pediatras. Atualmente é o médico da família, o generalista. Tem que ter pediatra, pois além de tratar ele identifica sinais de outras doenças”.
Sobre o cenário eleitoral, a deputada destacou os prejuízos com a polarização. “Eu atribuo ao Supremo a dificuldade de termos uma terceira via. Eu fico preocupada com a dinâmica que a gente tem que concordar 100% e isso tem ocorrido dos dois lados. Isso não me agrada, não é isso que quero para o país, não quero que as pessoas tenham medo de falar”, observou.
Visita à Unesp
Durante visita à Rio Claro, a deputada esteve também na Unesp. “Entramos em contato com a reitoria, a secretaria, eles deram uma nota pública, dizendo que a universidade tem autonomia, que vai cuidar dessa situação. Eu respeito essa autonomia, mas eu acho importante entender melhor o que aconteceu, como a gente pode ajudar, porque houve ali, uma perda não só material, mas uma perda intelectual, por força das pesquisas”, lamentou.
Solicitações para Rio Claro
O vereador Moisés Marques, que acompanhou a visita, destacou algumas demandas necessária para a cidade e solicitou apoio da parlamentar para a implantação de um hospital público, recursos para melhor qualidade de trabalho dos guardas municipais, além do trabalho voltado para a internação compulsória de pessoas em situação de rua com dependência química.
“Por isso que quando soube do projeto dele vim para cá. Eu vim conversar com o vereador sobre essa pauta das drogas, isso tem me preocupado. Ele queria garantir o tratamento para as pessoas em situação de rua, vítimas da drogadição. Fez audiência pública, eu vim para cá, defendi a lei, foi aprovada, o prefeito sancionou, mas ai o Ministério Público entra com uma medida para suspender. Isso está acontecendo em várias localidades do estado de São Paulo”, disse.
Por Janaina Moro / Foto: Diário do Rio Claro