O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos divulgou levantamento que aponta o número de denúncias pelo Disque 100 relacionadas às violações contra a pessoa idosa teve aumento de 13% em 2018 comparado com 2017. Foram 37.454 denúncias. De acordo com os dados, a maioria das agressões aconteceu nas residências das vítima (85,6%); mostra ainda que 52,9% dos casos de violações contra pessoas idosas foram cometidos pelos filhos, seguidos de netos (com 7,8%).
As pessoas mais violadas são mulheres, com 62,6% dos casos, e homens, com 32%, sendo eles da faixa etária de 71 a 80 anos, com 33%, e 61 a 70 anos, com 29%. As violações mais constatadas são negligências (38%), violência psicológica (humilhação, hostilização, xingamentos, etc.), com 26,5%, seguido de abuso financeiro e econômico/violência patrimonial que envolve, por exemplo, retenção de salário e destruição de bens, com 19,9% das situações.
A quarta maior recorrência se refere à violência física, 12,6%. Importante frisar que, em sua maioria, as denúncias são tipificadas com mais de um tipo de violação, ou seja, uma mesma vítima pode sofrer várias dessas violações apresentadas. O Estado de São Paulo aparece em primeiro, com 9.010 casos, Minas Gerais em segundo lugar, com 5.379 e, em terceiro, Rio de Janeiro, com 5.035 casos registrados.
RIO CLARO
Além dos órgãos de Proteção existentes para este público, desde outubro do ano passado a população idosa passou a contar também com o Núcleo de Orientação ao Idoso, que fica no Paço Municipal, gerenciado pelo Fundo Social de Solidariedade e Assessoria do Idoso.
De acordo com a Diretora do Núcleo do Idoso, Néia Magalhães, por semana registram, em média, oito denúncias, entre as principais estão patrimonial, seguidas de maus-tratos e abandono. “Recebemos denúncias das próprias vítimas. No Núcleo, eles têm coragem de fazer a denúncia devido ao vínculo. São muitos idosos que relatam que filhos ou netos tomam conta de cartão e fazem empréstimo”, disse.
Ela completa também que os casos são encaminhados ao Creas e aos Cras, onde as equipes vão até a casa da família averiguar a situação do idoso para, depois, se necessário, levar à punição dos responsáveis. “Todas as denúncias estão sendo averiguadas e trabalhadas também pelo Núcleo do Idoso”, observou a diretora do Núcleo.
PATRULHA DO IDOSO
Desde abril, a cidade conta também com a Patrulha do Idoso, que tem recebido, em média, de três a cinco denúncias atendidas por mês. “A maior parte da população ainda não conhece a Patrulha do Idoso, mas faremos ações para divulgar”, disse a Diretora do Núcleo do Idoso, Neia Magalhães.
15 DE JUNHO
A data foi escolhida como Dia Internacional de Conscientização e Combate à Violência contra a Pessoa Idosa. Uma Campanha foi lançada pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos com objetivo de abordar medidas para prevenir e identificar situações de violência, negligência e abuso contra os idosos. Experiências e boas práticas serão compartilhadas, com contribuições para uma proposta de protocolo de atenção.
DADOS
Para o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do ministério, Antônio Costa, a violência contra idosos vai além de agressões classificadas como maus-tratos. Para ele, o abandono e a exclusão social dessas pessoas também focalizam a questão.
Uma das ações governamentais de proteção a pessoas idosas é o Programa Viver – Envelhecimento Ativo e Saudável, que tem como finalidade a ampliação de oportunidades aos idosos, através da inclusão digital e social. As ações abrangem as áreas da tecnologia, educação, saúde e mobilidade física.