Por Eng. Ivan De Domenico*
Após a repintura da estação ferroviária da Rua um, esquina da Avenida um, dirigida pela secretaria de obras e patrocinada por um grupo de empresários e pintores voluntários, ficou muito mais nítida a arquitetura neoclássica Greco-Romana e também os símbolos nela contidos.
Sinto-me na obrigação de traduzir os significados de cada elemento que compõe a arquitetura da estação, que traduz a grandiosidade do estilo em que foi construída pelos ingleses da Cia Paulista em 1910, sendo um dos maiores patrimônios culturais rio-clarenses gravado em pedra, e que mostra a sabedoria dos engenheiros e arquitetos ancestrais.
Frontão curvo é a parte que decora o topo da fachada da entrada principal. No século 20 frontões podem ser vistos em toda América como, por exemplo, na Bolsa de valores de New York e no prédio da suprema corte em Washington DC.
Coroando o frontão temos ao centro uma pinha que é símbolo da arquitetura Divina, mostrando a sequência de Fibonacci onde Deus usa padrão matemático para toda a criação, e segue uma ordem onde o número da sequência é a soma dos últimos dois números anteriores, e se invertidos e somados chegam ao numero áureo FHI = 1,618. Para os antigos, a pinha simbolizava o mais alto grau de elevação espiritual esperança e união familiar por causa de seu formato.
Entre as colunas Helênicas abaixo do frontão vemos no centro o relógio símbolo do tempo que rege nossas vidas e determina as horas do dia, e das pessoas indicando nossas obrigações e o que temos que fazer: trabalhar, descansar ou alimentar-se.
Ao lado das colunas helênicas que representam ordem celestial, vemos as volutas espiraladas em forma de um pergaminho que constitui a base da ordem Jônicas femininas enroladas num sentido e ora no outro, simbolizando também a sequência Divina da criação e número da medida do universo.
Saindo das Volutas maiores dentro da moldura, vemos dois ramos de oliveiras que é a árvore sagrada vivendo mais de dois mil anos como podem ser vistas que em Jerusalém no Horto das oliveiras, ainda existem aquelas que viram Jesus suando sangue.
Também no dilúvio quando Noé envia pombos para sondar a existência de terra firme essas aves voltam com ramos de oliveira nos bicos indicando vida e segurança.
*O autor do texto é Secretário de Obras do município de Rio Claro
Foto: Divulgação