Ramal
Hoje vamos contar como se deu o ramal da linha estreita entre Rio Claro e Analândia (antes se chamava Anápolis), ou melhor, o trecho entre Rio Claro e São Carlos, que passava pelo Cuscuzeiro. Foi aberto pela Cia.
Rio-clarense em 1884 e fazia parte de sua linha principal, de bitola métrica. Comprada pelos ingleses que formaram a Rio Claro Railway em 1888, esta foi vendida para a Cia. Paulista em 1892, que ficou com a linha, que então chegava até Araraquara e foi renomeada como Secção Rio Claro.
Em 1916, a Paulista prolongou a linha para frente de Rio Claro com bitola larga, até São Carlos, mas aproveitando somente o leito a partir de quinhentos metros à frente da estação original de Visconde de Rio Claro.
Variante
O trecho entre a estação de bifurcação (mais tarde Visconde de Rio Claro nova) e o início em Rio Claro ficou reduzido a uma variante de bitola métrica, chamada, a partir de 1922, de ramal de Anápolis, nome que em 1944 veio a se tornar ramal de Analândia. Antes disso, em fins de 1940, o trecho entre Anápolis e Visconde nova foi suprimido e o ramal passou a parar em Anápolis.
Em 01/09/1966, o ramal foi extinto e os trilhos, logo a seguir, retirados, e não tivemos conhecimento para onde foram levados. A estação foi inaugurada pela Cia. Rio-clarense em 1884, num ponto isolado, com o nome de Cuscuzeiro (Estrada de Ferro do Brasil, Cyro Rosa Jr., 1886). Logo tomando o nome da cidade, Anápolis. Rapidamente, a cidade cresceu e, em 1897, tornou-se município, separando-se de Rio Claro.
Preterido
Estação da “secção Rio Claro” da Paulista em 1889, em 1916 passou a fazer parte do trecho preterido da linha que viria a se tornar o ramal de Anápolis, em 1922. A partir de 1941, tornou-se ponta de linha do ramal com a suspensão do trecho entre essa estação e a de Visconde do Rio Claro no tronco. Em 1944, o nome foi alterado para Analândia por determinação do CNG – Comissão Nacional de Geografia.
Depois da desativação em 01/09/1966, o prédio da estação foi vendido para uma família que decidiu conservá-lo, mesmo usando como moradia (segundo Edital da FEPASA, em 21/09/1978 a estação e seu pátio foram postos à venda em três lotes nessa data). A estação sempre esteve a cerca de um quilometro dos limites da zona urbana e, para ser alcançada, torna-se uma estrada de terra sobre o leito da antiga ferrovia.
Residência
Ao lado da ex-estação, hoje residência particular, ainda existe as casas da antiga vila ferroviária. Em 2016, no jardim, ainda estava a antiga casa do chefe da estação e, ao seu lado, trilhos com um vagão que foi utilizado no ramal e a estação ainda mostrava o dístico “Anápolis”. Concluindo, não podemos deixar de mencionar os bons tempos da máquina a fogo que puxava os carros de passageiros até Analândia.
Às 9 horas da manhã, o maquinista apitava por alguns segundos, dando oportunidade para que os que ouviam o apito acertassem os seus relógios. Agora, só nos resta saudades de um tempo em que a ferrovia era a “marca registrada” da Cidade Azul.
Ferrovia
O surgimento do transporte ferroviário esteve estritamente ligado à Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX), sendo este um dos principais inventos daquela época, juntamente com a máquina de tear movida a vapor. A ferrovia emergiu na Europa, mais precisamente na Inglaterra, no século XIX.
Por volta do ano de 1850, nas proximidades de Londres, as locomotivas atingiam até 70 km/hora, uma velocidade alta para aquele momento histórico. As locomotivas movidas a vapor, o qual é gerado a partir da queima de carvão. Após o surgimento deste meio de transporte, rapidamente sua tecnologia se espalhou para outros lugares do mundo. Voltaremos ao assunto com esta série sobre ferrovias. Feliz Natal!