Julio Verne inspirou vários empreendedores da nossa época e muito de suas ideias chamadas de futuristas, com suas máquinas voadoras, já não são mais tão futuristas assim.
Engana-se porém, quem poderia achar que o escritor francês seria o único a “cutucar” a saga daqueles que desejam ver um mundo totalmente diferente e, claro, com uma visão chamada de futurista, onde o que para nós parece ser inimaginável num momento se torna realidade rapidamente.
O caso mais recente e que vem despertando o interesse das empresas de inovação de ponta se chama METAVERSO. Mas essa expressão tem um histórico que vale a pena entender, antes de mesmo de chegar à essência daquilo que “esse novo mundo” pretende trazer aos humanos.
Em 2014, o Facebook comprou uma empresa fabricante de headsets de realidade virtual, por uma bagatela de US$ 2 bilhões; a Oculus. Um headset, para encurtar a conversa é conhecido como “fone operador, fone de cabeça, headfone ou handsfree é um conjunto formado por um fone de ouvido com controle de volume e um microfone acoplado para utilização em computadores multimídia e sistemas de telemarketing, devido à facilidade e praticidade que ele possui.” (fonte: https://canaltech.com.br/).
Estava começando aí a própria transformação do Facebook pelas palavras do seu dono, Mark Zuckerberg, em entrevista para o “The Verge”, em junho deste ano. Zuckerberg foi textual; “Acredito que faremos uma transição e as pessoas deixarão de nos ver como uma empresa principalmente de mídia social para uma empresa do metaverso”.
Mas essa transformação da holding que controla o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, que passa a se chamar META e que está investindo US$ 50 milhões iniciais é para uma transformação maior e que irá, segundo o conceito, transformar a vida de todos os seres humanos quando se trata de comunicação e convivência.
A expressão METAVERSO está no livro de ficção científica “Snow Crash” de Neal Stephenson de 1992. Nas páginas do livro você encontra a definição: “Então Hiro [o protagonista de “Snow Crash”] na verdade não está ali. Ele está em um universo gerado informaticamente que o computador desenha sobre os seus óculos e bombeia para dentro de seus fones de ouvido. Na gíria, este lugar imaginário é conhecido como o metaverso.” (fonte: https://g1.globo.com/tecnologia/).
Você pode entender METAVERSO como um Universo paralelo que pode ser assessado com óculos especiais e headsets que são colocados na cabeça, além de pulseiras inteligentes e outros dispositivos.
Nesse Universo virtual as pessoas irão interagir entre si por meio de avatares digitais, num mundo criado por diversas tecnologias: realidade virtual, realidade aumentada e redes sociais, sensores e simuladores, vestíveis de todos os tipos; sendo possível utilizar ainda criptomoedas para fazer negócios. Estamos tratando, portanto, de um ambiente imersivo e interoperável, uma internet 3D.
Trata-se, antes de mais nada, de uma mudança significativa do “modelo tradicional” de convivência e que, deste modo, abre imensas oportunidades de mercado em todos os segmentos.
Diante disso, você já pode se imaginar, num futuro próximo, vestindo roupas especiais, com óculos 3D e capacetes adaptáveis entrando para o mundo do METAVERSO, que o levará para onde você quiser – para qualquer parte do planeta, poderá fazer turismo em Dubai, depois participar de uma reunião de negócios em Nova York e em seguida assistir a uma partida da Champions League, tudo presencialmente. E você irá pagar essas suas “regalias” com criptomoedas – automaticamente.
Mas o METAVERSO ainda não é uma realidade, assim como acontecia em 1870 na obra de Julio Verne – Vinte Mil Léguas Submarinas, em que ele previa a utilização de uma arma que lançava projéteis carregados de eletricidade estática, algo muito parecido com os lasers atuais. Aguardemos. Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações. Envie suas sugestões de temas para o prof. Moacir. Para contatos e esclarecimentos: moa@prof-moacir.com.br / Viste: www.prof-moacir.com.br