Na última sexta-feira, dia 17 de julho, foi comemorado o dia da Proteção das Florestas, que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância das florestas e sua relação à perpetuação da vida animal e dos seres humanos.
No Brasil, nesta mesma data, também comemoramos o dia do Curupira. Esse integrante do nosso Folclore simboliza um anão de cabelo vermelho e pés invertidos, que, ao deixar suas pegadas, confunde os caçadores e todos os tipos de pessoas mal intencionadas em relação a preservação das florestas.
Desde a época do grupo escolar, aprendemos que o solo da região amazônica é muito pobre em nutrientes e possui excesso de acidez. Portanto, se as árvores fossem derrubadas, a Amazônia se transformaria no Saara, maior deserto do continente africano.
Na Amazônia, o solo é recoberto por uma fina camada de húmus ou serrapilheira, onde organismos como insetos, bactérias e fungos decompõem e reciclam a matéria orgânica formada a partir de galhos, folhas, frutos e animais mortos.
Assim, como a serrapilheira não será renovada nos solos desmatados da Amazônia devido a falta de insumos fornecidos pelas árvores, além de milhares de espécies animais que não mais sobreviverão neste habitat, qual seria a vantagem do desmatamento, além da venda da madeira?
No caso do desmatamento para a expansão da agropecuária, a região amazônica demonstrou um aumento de 10 a 16% na taxa de crescimento animal devido às boas condições de umidade, alta insolação e ausência de geadas, características que acabaram se sobrepondo à baixa fertilidade do solo e excesso de acidez. Isso, sem contar o baixo custo das terras em comparação com as de outras regiões.
Em relação ao cultivo da soja, a expansão teve origem, principalmente, nas áreas desmatadas para as pastagens, direcionando parte do rebanho bovino para o interior da floresta. Depois, continuou nas áreas de entorno das rodovias e das principais cidades, com acesso próximo de rios para o escoamento da produção.
Hoje, o Ministério do Meio Ambiente, após os últimos tropeços de seu atual ministro, foi blindado pelo vice-presidente Hamilton Mourão, também nomeado chefe do comitê da Amazônia, a fim de tentar esclarecer o comprometimento do atual governo em zerar o desmatamento ilegal da Floresta.
Concluímos, então, que a desertificação da Amazônia ocasionada pelo desmatamento e pelas queimadas surgiu, principalmente, para ilustrar algumas páginas de nosso aprendizado estudantil, dando margem aos grandes grupos econômicos de se estruturarem e, estrategicamente, obterem seus créditos, manipulando agentes e políticas públicas durante décadas em nosso país.
Acredito que o comprometimento do Ministro do Meio Ambiente em zerar o desmatamento ilegal da Amazônia está em um nível um pouco inferior às ações protetivas de respeito e conservação da floresta amazônica praticadas pelo nosso anão de cabelo vermelho e pés invertidos.