CURA
Desejo que você se cure daquilo que não fala para ninguém, dessas dores que você aguenta em silêncio, das lágrimas que escorrem pelo seu rosto antes de dormir. Eu desejo que você se cure dos seus temores, medos e inseguranças. Desses que um dia a vida colocou em você e que você enfrentou todos os dias quando se levantou da cama e seguiu em frente.
Eu desejo que você cure essas mágoas, feridas e desilusões que você silenciou, que nunca reclamou, mas que ainda sente profundamente dentro de você.
Desejo que você se cure do passado que ainda está com você nas cicatrizes emocionais que você carrega sem reclamar. Que você se cure das desculpas que nunca te foram dadas, da valorização que não recebeu, da gratidão que não te deram, do reconhecimento justo que não foi te oferecido, de todas as vezes que você mereceu receber o melhor e ele não chegou até você.
Que você se cure dessas dores que você engoliu, silenciou, jogou para dentro. Desejo que você se cure de todas as vezes que disse que estava “tudo bem”, quando na verdade não estava nada bem. Das vezes que engoliu o choro, a raiva, a tristeza, a decepção e sorriu, para que o mundo não visse a sua dor, ou para que o seu sorriso pudesse fazer alguém feliz.
Eu desejo que você se cure das que já teve que fazer, das indiferenças que recebeu, dos pesos que suportou. Que você se cure dos momentos que se sentiu sozinho(a) e que acreditou que ninguém enxergava suas feridas ou reconhecia seus atos. Acredite, a vida vê, a vida retribui, a vida cura. A cura pode ser lenta, silenciosa ou difícil.
Mas ela acontece! Se curar é um processo. Assim como muitos lhe causam feridas que você aguenta em silêncio outros ajudam a cicatrizar as feridas sem que você perceba. Desejo que você se cure de tudo que diz, de tudo que não fala e de tudo que precisa.
Texto escrito pela aluna Nattaly Fratini, estudante da Escola Estadual Zita de Godoy Camargo, sob curadoria de Rafael Cristofoletti Girro, aluno da Escola Estadual Marciano de Toledo Piza, de Beatriz Ribeiro Fausto de Jesus e de Vitória Ribeiro ambas da Escola Estadual Zita de Godoy Camargo. Todos pertencente a Rede Camões de jornais escolares. O texto tem caráter pedagógico.
Foto: Divulgação