O evento IX GEO Políticas: Mineração, Petróleo e Geoconservação, que começou nessa terça-feira (28), segue até hoje (29) no auditório do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP – Campus de Rio Claro. Um dos objetivos do evento é discutir ações integradas, entre as prefeituras municipais da bacia hidrográfica do Corumbataí, entidades técnico-científicas, empresas e órgãos públicos e privados, de consolidação e definição de cronograma para apresentação, ao Ministério do Turismo, do relatório do “Projeto Geoparque Corumbataí” até 2024, buscando seu reconhecimento na Rede Global de Geoparques da Unesco.
“Temos uma série de rochas que existem elementos específicos da geodiversidade, por exemplo, fósseis que explicam o processo de formação do Oceano Atlântico, de separação da África com a América do Sul. Esses fósseis são de relevância internacional científica, cultural e educacional. O Geoparque vem nesse processo de valorizar, reconhecer e utilizar essa geodiversidade para ações integradas entre a sociedade, órgãos públicos, empresas, para que haja sustentabilidade das ações. Outro elemento da região é o Aquífero Guarani. A área do Geoparque é uma área de recarga e que é o segundo Aquífero do mundo. Só por esses dois pontos demonstra a importância mundial dessa região. Além de outros descritos nos relatórios”, observou o professor e Presidente da Federação Brasileira de Geólogos, Fábio Reis.
O Brasil atualmente tem 3 Geoparques (Araripe-CE, que foi o primeiro a ser criado, em 2006, Seridó-RN e Caminhos dos Cânions do Sul-RS/SC) na rede global e outros 2 como Aspirantes reconhecidos pela UNESCO (Caçapava e Quarta Colônia, ambos no RS), além de outras 31 propostas espalhadas pelo Brasil, na qual encontra-se o Projeto Geoparque Corumbataí. Este momento é ideal para os entes envolvidos no Projeto Geoparque Corumbataí se unam na consolidação da proposta e dos aspectos organizacionais do projeto de geoparque para o futuro reconhecimento pela UNESCO.
Na região de Rio Claro, nove municípios fazem parte e apresentam pontos com potencial, sendo Rio Claro, Corumbataí, Cordeirópolis, Santa Gertrudes, Analândia, Charqueada, Itirapina, Piracicaba e Ipeúna. “Hoje apresentei o projeto explicando o que é o conceito de Geoparque em termos mundiais e como pode ser implantado na Bacia do Rio Corumbataí. Iniciamos o projeto em 2016, nós da Unesp, com colegas da Unicamp e do Consórcio PCJ, nos reunimos e avaliamos que a região tem todo o potencial e que atende os requisitos para implantar. O estudo mostrou mais de 180 pontos com potencial. Solicitamos que cada prefeitura nos indicasse dois geossítios como são chamados. Em Rio Claro, por exemplo, temos o Distrito de Assistência onde ocorrem essa rochas de calcário, que inclusive tem a presença de um fóssil extremamente importante para estudar a evolução da vida e do próprio planeta, temos a FEENA, os casarões, os museus aqui na Unesp. Itirapina tem o Saltão, Ipeúna as cavernas, Santa Gertrudes as fazendas, em Piracicaba o encontro dos rios Corumbataí e Piracicaba, Analândia os morros, todos esses pontos já se encontram no inventário que vai ser a base para o desenvolvimento de tudo”, destacou o professor do Departamento de Geologia da Unesp/RC Alexandre Perinotto.
A manhã dessa terça-feira (28) foi dedicada aos prefeitos, secretários municipais, pesquisadores e representantes de empresas, entidades e órgãos públicos e privados para discutir essas ações integradas. “Está alinhado com o que a gente pensa, o turismo como fonte de geração de renda, de emprego, aumentando a economia circular. Temos um grande parque de mineração, somos uma cidade que tem a melhor argila do Brasil, temos água, brita, atividade de mineração muito intensa. Vamos discutir parte disso e o resultado que é o Geoparque”, destacou o prefeito de Rio Claro Gustavo Perissinotto.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação