O isolamento social causado pela pandemia da Covid-19 e o trabalho remoto ou híbrido seguem empreendendo uma dinâmica particular ao mercado imobiliário, em especial, a algumas regiões do litoral e interior do Estado de São Paulo. Este movimento foi percebido recentemente em uma análise elaborada pela DataZAP+, área de inteligência de dados imobiliários do ZAP+, que apontou uma queda acentuada na participação nas buscas de apartamentos para locação e venda na cidade de São Paulo, em comparação a algumas cidades do litoral e do interior do Estado.
Locação
Considerando o total de buscas por apartamentos na capital, interior e litoral de São Paulo, os dados mostraram uma queda de 4,31 pontos percentuais na importância relativa na procura na capital paulista, durante o segundo trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período do ano passado. Já nas cidades do litoral do Estado – Santos, Praia Grande, Guarujá, São Vicente, Bertioga e Caraguatatuba – e nos centros urbanos do interior paulista – Campinas, Jundiaí, São José dos Campos, Sorocaba, Ribeirão Preto e Piracicaba – houve aumento da participação das buscas de 1,49 p.p. e 2,37 p.p., respectivamente. Nessa mesma análise, casa para locação cresceu 0,66 p.p., em São Paulo; e 0,90 p.p., no litoral.
No entanto, a capital paulista segue liderando com folga o mercado de locação, tanto para apartamentos quanto para casas, em relação às outras regiões. Com 71,7%, para apartamentos, e 71,8%, para casas, a busca relativa por imóveis para locação em São Paulo, está à frente do interior, com 18,6% e 22,9%, respectivamente; e litoral, com 9,7% e 5,3%, nesta ordem.
Mercado de compra e venda
Quando o assunto é mercado de compra e venda de imóveis, a cidade de São Paulo apresenta perdas de participação de demanda por apartamentos (3,33 p.p) e casas (3,87 p.p) Por outro lado, o segmento de casas em cidades do interior e litoral registrou crescimento de 0,31 p.p. e 3,02 p.p., no segundo trimestre.
Apesar das perdas, a praça paulistana continua concentrando a maior demanda do mercado imobiliário do Estado. São Paulo detém 72,4% das buscas por apartamentos para compra e 59,3%, de casas; enquanto o interior registrou 12,2% e 28%, respectivamente; e o litoral, 15,4% e 12,6%, nesta ordem.
“A pandemia nos forçou a ficar mais tempo em casa, alterou os deslocamentos de casa para o trabalho e trouxe consigo a possibilidade das pessoas trabalharem de onde desejam, em um contexto de home office em alta. Tudo isso se reflete no comportamento de busca por moradia. Mesmo que a cidade de São Paulo tenha perdido importância relativa na demanda por casas e apartamentos, ainda possui o maior mercado seja para compra ou locação”, explica Edivaldo Constantino, economista da DataZAP+.
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