São Paulo inicia testes para pacientes com sintomas leves da covid-19
A partir de segunda-feira (18) o governo paulista vai começar a testar as pessoas com sintomas leves de coronavírus com o exame RT-PCR, que identifica o material genético do vírus. Até então, somente as pessoas internadas no estado ou profissionais de saúde eram testados. Essa nova testagem faz parte da segunda etapa prevista pelo governo paulista para aumentar o número de testes em todo o estado. Os municípios do estado vão receber as normas técnicas para aplicação dos testes de RT-PCR a partir de segunda-feira.
“A segunda fase compreende a ampliação dos testes de RT-PCR em um primeiro momento, para os contatos dos pacientes graves e, em um segundo momento, a ampliação para os pacientes sintomáticos leves. Na segunda-feira, os municípios vão receber a norma técnica já iniciando a testagem dos pacientes leves. Esses pacientes não estavam sendo atendidos até então porque existe a recomendação de que eles fiquem em casa. Agora vai ter uma sistemática de que esses pacientes vão ser atendidos”, explicou Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.
A estimativa é que o estado realize 1,3 milhão de testes RT-PCR e 2 milhões de testes rápidos nos próximos três meses. Com isso, disse Dimas Covas, o estado terá realizado 27 mil testes por milhão de habitantes, atingindo níveis de testagem registrados em países europeus, como Itália e Espanha.
Aldeias indígenas de SP recebem cestas montadas por comunidades quilombolas
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Justiça e Cidadania e da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), realizou na segunda-feira (11) a entrega de 273 cestas básicas para 12 comunidades indígenas.
As doações fazem parte das 10 mil cestas básicas que serão entregues para comunidades hipossuficientes no estado. Na primeira etapa do edital, 1.769 famílias serão beneficiadas.
Cientistas de SP investigam relação entre COVID-19 e distúrbios de coagulação sanguínea
A hipótese de que distúrbios de coagulação sanguínea estariam na base dos sintomas mais graves da doença COVID-19 – entre eles, insuficiência respiratória e fibrose pulmonar – foi cogitada por pesquisadores da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP) em meados de abril. Em menos de um mês, o tema ganhou destaque em reportagens publicadas nos sites da Science e da Nature, duas das mais importantes publicações científicas internacionais.
Entre as primeiras pessoas a perceber o “caráter trombótico” da doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) está a médica Elnara Negri, que atua no Hospital das Clínicas da FM-USP e também no Hospital Sírio-Libanês.
“Foi por volta do dia 25 de março. Tratávamos uma paciente cuja função respiratória piorava rapidamente e, quando ela foi entubada, percebi que seu pulmão era fácil de ventilar. Não estava enrijecido, como seria esperado em alguém com síndrome do desconforto respiratório agudo. Logo depois notei que essa pessoa apresentava isquemia em um dos dedos do pé”, explica Elnara Negri à Agência Fapesp.
Obstrução
O sintoma, que tem sido chamado de COVID toes (dedos do pé de COVID), é causado pela obstrução de pequenos vasos que irrigam os dedos dos pés. Negri já havia observado fenômeno semelhante, muitos anos atrás, em pacientes submetidos a aparelhos de circulação extracorpórea durante cirurgia cardíaca.
“O equipamento que se usava antigamente bombeava oxigênio no sangue e induzia a formação de coágulos no interior dos vasos. Eu já tinha visto aquele quadro e sabia como tratar”, afirma.
A médica prescreveu heparina, um dos medicamentos anticoagulantes mais usados no mundo, e em menos de 18 horas o nível de oxigenação da paciente melhorou. O dedinho do pé, antes vermelho, ficou cor-de-rosa. O efeito se repetiu em outros casos atendidos no Sírio-Libanês.
“Após esse dia, tratamos cerca de 80 pacientes com COVID-19 e, até agora, ninguém morreu. Atualmente, quatro estão na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e os demais ou estão na enfermaria ou já foram para casa”, diz.
Enquanto a maioria dos estudos indica que casos graves de COVID-19 necessitam, em média, de 28 dias de ventilação mecânica para recuperação, os pacientes tratados com heparina geralmente melhoram entre o 10º e o 14º dia de tratamento intensivo.
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