Há 14 dias, 321 municípios paulistas não registram óbitos por covid-19
O coordenador executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabbardo, disse ontem (9) que, dos 645 municípios paulistas, 321 não registram mortes provocadas pelo novo coronavírus há 14 dias. Se forem considerados apenas os últimos sete dias, não há registro de mortes por óbitos por covid-19 em 422 municípios do estado.
“São indicadores bastante positivos”, afirmou Gabbardo. Com 7.793 novos registros da doença e mais 391 mortes nas últimas 24 horas, o estado de São Paulo soma agora 866.576 casos confirmados do novo coronavírus, com 31.821 mortes. Do total de casos diagnosticados, 717.423 pessoas estão recuperadas, sendo 96.163 após internação.
Há 4.525 pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTI) de todo o estado em casos suspeitos ou confirmados do novo coronavírus, além de 6.059 em leitos de enfermarias. A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 53,1% no estado (a mais baixa desde o início da pandemia) e de 52,6% na Grande São Paulo.
Nesta semana, o estado vem apresentando novamente queda no número de óbitos e no número de novas internações pela doença. Os dados desta semana, no entanto, só serão finalizados no próximo sábado (12).
“Melhoramos [nossos indicadores], mas não estamos no nosso normal. Isso só será possível com a presença de vacinas. Quanto mais vacinas, maior a possibilidade de conseguirmos imunizar toda a população. Enquanto isso, as regras sanitárias de distanciamento e de evitar aglomerações são necessárias”, disse Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde.
Taxa de eficiência da CoronaVac em idosos é de 98%, diz Doria
O governador de São Paulo, João Doria, disse ontem (9) que a vacina chinesa CoronaVac, que está sendo produzida com apoio do Instituto Butantan, tem apresentado 98% de eficácia no combate ao novo coronavírus em idosos. A vacina ainda está em fase de testes. No Brasil, 9 mil voluntários da área da Saúde participam da testagem com a CoronaVac, que está na Fase 3 de testes em humanos.
“Os testes demonstram que a vacina CoronaVac é segura e tem taxa de eficiência de 98% na imunização de idosos. Estudos da segunda fase de testagem demonstram que pessoas com mais de 60 anos, que representam um dos grupos de risco [para o novo coronavírus], receberam mais de uma dose da vacina e a resposta imune chegou a 98%”, afirmou o governador.
Segundo Doria, os resultados dos testes realizados no Brasil têm sido extremamente positivos. “Desde o dia 21 de julho [quando os testes da vacina foram iniciados no Brasil], há quase 50 dias, não temos nenhum incidente, nenhum registro de reação adversa significativa nestes quase 9 mil voluntários. Os prognósticos são promissores. E em breve teremos a vacina para imunizar os brasileiros de todo o país.”
Os testes de eficácia da vacina no Brasil deverão ser conhecidos até 15 de outubro. “Até o final de setembro, vacinaremos todos os 9 mil voluntários. Com isso, a partir de 15 de outubro, poderemos ter a análise da eficácia”, disse o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Ele informou que, até o momento, 4 mil voluntários já receberam a primeira dose da vacina.
Caso os resultados sejam positivos, já partir de dezembro deste ano, 46 milhões de doses estarão disponíveis para o Ministério da Saúde para vacinação. No entanto, cada pessoa precisará tomar duas doses, o que significaria que cerca de 23 milhões de brasileiros poderiam ser vacinados nesse momento.
De acordo com Dimas Covas, o Instituto Butantan poderia produzir, até maio do ano que vem, 100 milhões de doses da CoronaVac. Isso dependeria, no entanto, de apoio financeiro do Ministério da Saúde.
Vacina de Oxford
Dimas Covas comentou a suspensão dos testes de eficácia da vacina de Oxford, que teve 100 milhões de doses já encomendadas pelo governo federal. Esta vacina, que também está na Fase 3 de testes e é aplicada em voluntários do Brasil, teve os estudos suspensos após um dos voluntários apresentar uma reação adversa séria. “Quando aparece notícia de um estudo clínico interrompido, isso é comum. Não significa que a vacina não é boa. O efeito adverso precisa ser estudado. Tem que ver se foi a vacina que provocou o efeito adverso.”
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