OMS não espera vacinação ampla contra covid-19 antes de meados de 2021
A Organização Mundial de Saúde (OMS) não espera uma vacinação ampla contra a covid-19 até meados do ano que vem, disse uma porta-voz da entidade, Margaret Harris, nessa sexta-feira (4), enfatizando a importância de checagens rigorosas sobre a eficácia e a segurança das vacinas.
Nenhuma das candidatas a vacina que estão em testes clínicos avançados demonstrou, até agora, sinal claro de eficácia em um nível mínimo de 50% buscado pela OMS, disse a porta-voz Margaret Harris.
A Rússia deu aprovação regulatória para uma vacina contra a covid-19 em agosto após menos de dois meses de testes em humanos, levando alguns especialistas ocidentais a questionaram a eficácia e a segurança do imunizante.
Autoridades de saúde pública dos Estados Unidos (EUA) e a Pfizer disseram na quinta-feira (3) que a vacina pode estar pronta para distribuição até o final de outubro. Este prazo é um pouco antes da eleição presidencial norte-americana de 3 de novembro, na qual a pandemia do novo coronavírus deve ser um fator importante entre os eleitores que decidirão se o presidente dos EUA, Donald Trump, terá um segundo mandato.
“Realmente não estamos esperando ver uma vacinação ampla até meados do ano que vem”, disse Harris durante um briefing da Organização das Nações Unidas em Genebra.
“Esta Fase 3 (de testes clínicos) tem que ser mais longa, porque precisamos ver quão realmente protetora a vacina é e também precisamos ver quão segura ela é”, disse ela. Harris não se referiu a qualquer vacina em potencial especificamente.
Todos os dados dos testes têm de ser compartilhados e comparados, disse ela. “Muitas pessoas foram vacinadas e o que não sabemos é se a vacina funciona neste momento não temos um sinal claro se tem ou não o nível se eficácia e segurança necessários.”
Governo destina R$ 396,7 milhões para rastrear e monitorar covid-19
O governo federal instituiu um incentivo de custeio, em caráter excepcional e temporário, para ações de rastreamento e monitoramento de contatos de casos de covid-19. A Portaria nº 2.358/2020, que traz as regras para distribuição dos recursos, foi publicada ontem (4) no Diário Oficial da União.
O impacto orçamentário estimado é de até R$ 369,7 milhões. Os recursos transferidos do Fundo Nacional de Saúde aos fundos municipais e Distrital de Saúde, de forma automática e em parcela única. Não há necessidade de solicitação de adesão dos gestores locais.
A medida tem o objetivo de integrar as ações da Vigilância em Saúde e da Atenção Primária à Saúde, com a identificação precoce e a assistência adequada aos contatos de casos de covid-19. Com isso, a expectativa do governo é de interromper a cadeia de transmissão, a redução do contágio e a diminuição de casos novos da doença.
Além disso, com os dados será possível fazer a avaliação regular da situação epidemiológica local e dar efetividade e qualidade às ações de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.
O documento lista o quantitativo de profissionais de saúde para custeio e valor total do incentivo financeiro que cada município e o Distrito Federal receberão. Para cada profissional de saúde foi estabelecido o valor de R$ 6 mil para ações a serem desenvolvidas nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2020, sob pena de devolução dos recursos recebidos.
Fiocruz lança pesquisa sobre papel da saúde da família na covid-19
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou ontem (4), no Rio de Janeiro, uma pesquisa nacional sobre o processo de trabalho da estratégia de saúde da família durante a pandemia de covid-19. A proposta é analisar, entre outras coisas, o papel das equipes de saúde da família no controle da doença e na redução da morbimortalidade [incidência das doenças e/ou dos óbitos numa população] dos infectados.
Entre os itens que serão analisados figuram a incorporação de novas rotinas de serviços durante a pandemia, as formas de atenção a pacientes, práticas de promoção da saúde e práticas de vigilância para monitoramento da doença. A coleta de dados será feita através de um questionário online que pode ser respondido por todos os profissionais de saúde que atuam em equipes de saúde da família.
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